Não é de hoje que a morte de jovens é algo banalizado no Brasil, ainda no período colonial atitudes nefastas já eram perpetradas contra os que iam de encontro às ideias da elite local. A verdade é que, hodiernamente, as causas para o homicídio são outras, mais relacionadas à miséria e à negligência do Poder Público. Se, no período em que o país era apenas uma colônia, a principal causa de óbito era a austeridade da coroa portuguesa e a consequente repressão com agressões físicas, no momento atual se prevalece a violência interpessoal, consequência do narcotráfico, cada vez mais presente no cotidiano dos jovens, e da precária condição de ensino e educação oferecida à população carente. O envolvimento dos jovens com o tráfico de drogas é decerto uma das principais causas de mortes entre eles, segundo dados da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), cerca de 43 por cento dos casos de homicídios em 2015 têm relação com a veiculação de entorpecentes. Tais dados alarmantes se dão pelo fato de ser esse o caminho mais fácil e rápido de se ganhar dinheiro, porém extremamente disputado por gangues locais, que perseguem umas às outras, gerando uma enorme onda de terror para a sociedade necessitada de policiamento. Outrossim, a condição educacional pública destinada aos adolescentes é uma das razões para a intensificação da taxa de homicídio, visto que muitos jovens se perdem no mundo do crime ao se verem perdidos em meio a um turbilhão de pressões e regras impostas pela escola, regras essas que, em seus casos mais extremos, acabam-nos levando a uma expulsão, causando um enorme transtorno social e psicológico no indivíduo. Consoante a isso, a Organização Mundial da Saúde alerta que a violência interpessoal é a principal responsável pela morte de jovens de dez a dezenove anos, ou seja, jovens em fase colegial. Destarte, a taxa de homicídio de jovens é apenas a “ponta do iceberg” de uma sociedade extremamente esquecida pelo Poder Público, que investe pouco em educação, saúde e geração de empregos. Não obstante, certos projetos de integração dos jovens na escola, como o Programa Escola Viva, garante mitigar a situação, tendo propósito de diminuir o índice de adolescentes na rua. Além disso, a promoção de campanhas contra drogas e violência representa uma alternativa que, atrelada ao esforço coletivo e individual, conscientizar-se-ia não só os jovens mas também suas famílias, grandes detentoras dos exemplos passados.