Ele não viu que eu estava com roupa de escola? O Brasil foi construído à base da desigualdade, onde, desde a época colonial, há uma segregação socioespacial, em que se encontra descaso do Estado com as regiões de menor renda, que são as mais afetadas por inúmeros problemas urbanos, como o alto índice de violência, que gera números alarmantes de homicídios e os mais afetados são jovens, entre 15 e 29 anos. O que salienta a necessidade de politicas de inclusão social. Consoante a tal realidade, tem-se criação de milícias e grupos criminosos que comandam comunidades inteiras, chegando a possuir até suas próprias leis, com isso há a sensação de não pertencimento ao Estado, esse assunto pode ser visto em obras cinematográficas e cada vez mais toma espaço nos noticiários, o que implica a importância de mudança nas ações do poder público, que entra com violência crescente e declínio de serviços públicos. “Uma das coisas importantes da não violência é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la” Luther King deixou esse pensamento na década de 60, entretanto ainda nos dias atuais tem enorme importância, quando para proteção, crianças são orientadas a utilizar uniformes, o que no caso do menino Marcus Vinicius, 14 anos, não foi suficiente, pois mesmo com uniforme e mochila foi vítima de quem deveria protegê-lo. A fim de não haver confusões de bandidos com estudantes, ou até troca de papeis, em que policiais se tornam vilões, é imprescindível ações de órgãos públicos, assegurando recursos básicos às regiões esquecidas, a começar por educação e garantia de direitos mínimos como o de ir e vir sem medo de bala perdida. Com isso espera-se que a população volte a acreditar que não está desamparada e que não precisa de facções para ter o fundamental.