Título da redação:

Ele não viu que eu estava com roupa de escola?

Proposta: O aumento de homicídios entre os jovens brasileiros e seus fatores motivadores

Redação enviada em 15/10/2018

Ele não viu que eu estava com roupa de escola? O Brasil foi construído à base da desigualdade, onde, desde a época colonial, há uma segregação socioespacial, em que se encontra descaso do Estado com as regiões de menor renda, consequentemente, as mais afetadas por inúmeros problemas urbanos. Exemplo disso é o alto índice de violência, que gera números alarmantes de homicídios e, segundo o Monitor de Violência da Universidade de São Paulo, os que mais morrem são jovens, entre 15 e 29 anos. O que salienta a necessidade de políticas de inclusão social. É sabido que existem milícias e grupos criminosos que comandam comunidades inteiras, chegando a possuir até suas próprias leis, com isso há a sensação de não pertencimento ao Estado. Como resultado tem-se a perpetuação da violência e entrada de jovens para o mundo do crime, fato que contribui, significantemente, com os índices alarmantes de mortes. Essa realidade pode ser vista em obras cinematográficas, como o filme “Cidade de Deus”, e tem tomado os noticiários, que alertam sobre a crescente falta de segurança. Nesse cenário, estudantes, de regiões de confronto, são orientados a utilizar uniforme para a própria proteção, todavia, isso não garante plena liberdade de ir e vir sem medo, como no caso do menino Marcos Vinicius, de 14 anos, baleado, por policiais civis, enquanto tentava ir para a escola, o garoto perguntou à mãe se os mesmos não tinham visto que ele estava com roupa de escola. Esse é apenas um dos diversos exemplos de vítimas de quem deveria significar proteção. Torna-se, portanto, imprescindível que o Estado exerça seu papel, com direitos básicos, como segurança, educação e acesso a uma vida digna, pois, conforme Luther King, “Uma das coisas importantes da não violência é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la”. Com ações de órgãos públicos, criando escolas e ampla ação social, espera-se que essa parcela esquecida da população, deixe de ter medo de quem tem o papel de proteger e amparar, sem violência. A fim de que o uniforme volte a ser apenas uma vestimenta adequada ao ambiente escolar, e não uma forma de sobrevivência.