O Brasil, se compararmos aos anos 60 e 70, avançou muito em qualidade de vida. No entanto, ainda há alguns índices que mostram uma realidade que não deixam o país em parâmetros de países desenvolvidos. Um desses dados são referentes à mortalidade infantil, que após décadas em baixa, teve ascensão em número. Identificar as causas e procurar meios para combater tal aumento é um desafio a ser enfrentado. Uma melhor assistência em saúde foi um dos motivos para a redução da mortalidade infantil. A saúde pública teve um histórico de lutas ao longo do tempo, até a implantação do Sistema Único de Saúde - SUS, em final dos anos 1980. Com uma assistência universal a todos, esperava-se que uma maior qualidade de vida fosse atingida, o que de fato foi. Programas de pré-natal com assistência à gestante, campanhas de aleitamento materno, bancos de leite, assistência ao recém-nascido e à puérpera, foram responsáveis por diminuir a mortalidade infantil. Porém, nos últimos anos está havendo um aumento, podemos afirmar que seja muito em razão da precariedade em que o SUS se encontra, com o sucateamento do sistema pela falta de investimentos e sobretudo pelos desvios de verbas, uma vez que o já escasso dinheiro é desviado ao longo do destino. Escândalos de corrupção são noticiados diariamente na mídia, é raro haver um dia que não esteja nas primeiras páginas dos jornais um novo esquema fraudulento que foi descoberto, cada fraude desvia milhões e milhões que poderiam ser investidos nas diversas esferas de serviços ao povo. A verba que não chega às unidades de saúde para aquisição de insumos, contratação de profissionais especializados ao cuidado da gestante e do bebê, a falta de dinheiro para a compra de medicamentos e vacinas, assim como para campanhas educativas. A falta de estrutura em serviços mais complexos para o atendimento que demande maiores cuidados, tem em grande parte motivado o aumento no número da mortalidade infantil. Uma dos princípios do SUS é o controle social, o cidadão tem o direito de saber em que o dinheiro destinado à saúde está sendo investido. Portanto, se faz necessário que o cidadão fiscalize, não adianta apenas reclamar e não agir, é imprescindível que se faça comitivas a nível de comunidade, município, estados e União, nas conferências de saúde peçam o direito à cobranças. Com um controle mais firme, haverá menos desvios do dinheiro público, consequentemente avanços na qualidade de vida da população.