Thomas Hobbes, teórico absolutista, já afirmava que o homem é o lobo do próprio homem, expondo, desse modo, a importância do Estado em promover a ordem na sociedade. Todavia, o descaso ao aliciamento de acrianças no Brasil evidencia falhas nessa instituição. Sendo assim, há desafios que necessita ser vencidos no que concerne à exploração sexual infantil, seja pela ausência da efetivação da lei, seja pela vulnerabilidade da vítima. De acordo com a Constituição de 1988, é direito da criança e adolescente o acesso à educação , à moradia, à saúde, porém, esse direito constitucional não é efetivado. O professor Boaventura de Souza Santos defende na obra,"Para uma revolução democrática da justiça", que sem direitos de cidadania efetivos é impossível a construção da democracia, logo é possível inferir que essa concepção é deturpada no Brasil por conta da ausência de políticas públicas que evitem a violação dos direitos das crianças. Em decorrência disso,os índices de exploração sexual infantil aumentam devido à baixa renda da vítima, que, por sua vez, facilita a aproximação do aliciador. Outrossim, a vulnerabilidade infantil é u dos fatores motivadores para a exploração sexual infantil em razão do processo de crescimento e desenvolvimento. Além disso, a ausência de fiscalização em locais vulneráveis dificulta o combate à problemática.E consequência disso, houve um aumento significativo na região Norte( de 160 para 404), de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal e o Instituto Childood Brasil. Destarte, para combater a exploração sexual infantil, é primordial a intervenção estatal e civil. Portanto, o Ministério da Educação em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, deve promover cursos preparatórios e pré-vestibular em locais periféricos com o fito de possibilitar a população infanto-juvenil o acesso à educação e atenuar o trabalho precoce e com violação da dignidade humana. Ademais, urge que o Ministério da Justiça juntamente com a Childhood Brasil promova a criação de delegacias especializadas em violência sexual infanto-juvenil com o objetivo de oferecer uma fiscalização eficaz em pontos críticos e um atendimento especializado com assistentes sociais, psicopedagogos e pediatras.