Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O aumento da mortalidade infantil e seus fatores motivadores

Redação enviada em 22/10/2018

A mortalidade infantil é um dado que representa o número de crianças entre zero e um ano que faleceram naquele determinado período. Tendo em vista a multiplicidade de fatores que estão por trás dessa estatística, ela revela-se um indicador sensível aos avanços e retrocessos da sociedade. No Brasil, com a chegada da recessão econômica e corte de gastos públicos com programas sociais e prestação de serviços, tal taxa sofreu um alavanque depois de anos em declínio. Para reverter tal cenário, urge reformá-lo. Primeiramente, deve-se compreender como a mortalidade infantil é um indicativo que relaciona-se com uma gama de outros problemas. As principais causas que levam crianças de zero a doze meses a óbito são diarreia, desnutrição e infecções respiratórias agudas. Esses fatores seriam facilmente curados caso houvesse atendimento médico adequado, orientação aos pais quanto aos sinais básicos de enfermidade infantil e saneamento básico integral, porém esses preceitos não são concretizados na realidade. Dessa forma, nota-se que a mortalidade infantil guarda em si um indicador poderoso quanto a outros setores que carecem atenção do poder público, tais como saneamento básico, saúde e educação. Portanto, se um país vai mal socialmente, a mortalidade infantil é um reflexo disso. Nesse ínterim, a crise econômica e sua correspondência nos cortes de gastos públicos com programas sociais são elementos chave do aumento dessas mortes. Programas de distribuição de renda, como o Bolsa-Família, contribuiu de forma significativa para o avanço que o Brasil vinha tendo na contração dessa porcentagem, pois reduzia, ainda que de forma artificial, o número de brasileiros em situação de extrema vulnerabilidade, em que mais de 28 milhões de cidadãos deixaram a linha da pobreza até 2014, segundo dados do Banco Mundial. Contudo, desde o atual governo Temer, principalmente em razão da aprovação da Emenda Constitucional 95, que prevê o congelamento dos valores gastos públicos com saúde, em especial o SUS, educação, entre outros direitos básicos, os impactos já tornaram-se visíveis na sociedade, e a mortalidade infantil é um deles. Destarte, não há como retomar o panorama antecedente à atual guinada dessa quota, se o Estado não repensar suas prioridades. Infere-se, portanto, que a mortalidade infantil aumentou entre os bebês brasileiros nos últimos anos, principalmente fruto de uma conjuntura complexa de austeridade pública em um mundo em crise econômica, entretanto, cabe ao Estado eleger o que é prioridade. Para tanto, em primeira instância, faz-se mister que a PEC 95 seja anulada. Outrossim, o Ministério da Saúde deve criar, ao menos em um dos postos de saúde de cada município, uma equipe de atendimento especializado às gestantes e às crianças em sua primeira infância, fornecendo informação e assistência médica a esse público alvo, de forma a prevenir os principais riscos supramencionados aos bebês, e orientar a família sobre saúde e cuidados básicos, a exemplo do trabalho já realizado pela Prefeitura de Fortaleza, com as “Unidades Amigas da Primeira Infância”. Dessa maneira, estar-se-á mais próximo de um país que zele por suas crianças e garanta seu futuro.