Devido às evoluções no campo da saúde e às melhorias nas condições de vida, a população idosa cresce cada vez mais. Em 2015, o Brasil possuía 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos, e há previsões de que em 2050 esse total será de cerca de 64 milhões, quase o triplo. Assim, é necessário que haja adaptações para esse novo cenário, não só no âmbito da saúde, mas também nos aspectos econômicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até a metade do século, aqueles que já completaram 60 anos serão um quinto da população do planeta. Entretanto, o aumento da expectativa de vida não significa que ela será de qualidade; pois, de acordo com Alexander Kalache, presidente do Centro para Longevidade no Brasil, um cidadão que vive 75 anos passa sua última década afligido por doenças. Todavia, não é esse o caso na Europa, onde as pessoas vivem mais e gozam de mais saúde, o que demonstra que o país precisa dar mais atenção a esse problema. Além disso, os idosos terão papel importante na nova configuração social e econômica, especialmente com a queda de natalidade e a possível falta de trabalhadores. Conforme o economista e professor de demografia David Bloom, ver os idosos sob uma ótica discriminatória só consolida estereótipos, e o mais adequado seria considerar essas pessoas como um recurso fundamental para suprir a potencial escassez de mão de obra. Dessa maneira, muitos desses indivíduos continuarão aptos para as diversas atividades econômicas por mais tempo, e tudo indica que a continuação dessa produtividade possibilitará uma acumulação de renda, com perspectivas favoráveis para si e sua família. O ideal, portanto, é que a população idosa tenha condições de usufruir de uma vida saudável e ativa por mais tempo. Para que possam se manter inseridos, o poder público deve investir na saúde direcionada a eles, além de incentivar as pesquisas que busquem curas ou métodos paliativos para as enfermidades e complicações que os atingem. Os empregadores, por sua parte, podem flexibilizar os horários de trabalho para esse grupo, de modo que sejam capazes de seguir sua rotina de forma mais confortável. Enfim, com as devidas medidas de inclusão, os idosos enfrentarão menos dificuldades no seu cotidiano e os benefícios do aumento da expectativa de vida poderão ser mais bem aproveitados.