Título da redação:

Longevidade em foco

Tema de redação: O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil

Redação enviada em 02/06/2017

O envelhecimento da população brasileira cresce exponencialmente, enquanto que o preparo da sociedade para adaptar-se a essa nova realidade é ínfimo ou inexistente. A inversão na pirâmide populacional que se observa nos últimos anos é reflexo do aumento na expectativa de vida e uma diminuição na taxa de fecundidade. Desse modo, é necessário criar mecanismos eficientes por parte do Estado e da família para que o idoso tenha qualidade de vida. Os avanços na medicina influenciados pela revolução tecnológica, bem como a redução na taxa de fecundidade estão entre os fatores que mais contribuem para a longevidade da população. Na década de 40, a perspectiva de vida do brasileiro era de 43 anos hoje essa média é de 75 e a tendência é que esse número aumente. Ainda segundo dados do IBGE em 2050 haverá mais idoso que crianças no país. Todavia, diferentemente de outros países que já vivem essa realidade, como Japão e Suécia, o Brasil vem envelhecendo sem ter poder econômico, estrutural e psicológico para dar assistência eficiente a esse novo grupo crescente na sociedade. O processo de envelhecimento, especificamente no Brasil, se deu de forma rápida se comparado a outros países em que o envelhecimento ocorreu paulatinamente e acompanhado de um eficiente assistencialismo por parte do Estado. Nessa perspectiva, a pessoa idosa necessita de autonomia, mobilidade, segurança, saúde preventiva e acesso a informação para que possa se sentir relevante no meio em que vive. Por certo, já existem desde a década de 90, programas voltados para atender as necessidades dos mais velhos, dentre os quais se destaca o Conselho Nacional do Direito dos Idosos, a Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e o Estatuto do Idoso vigente desde 2003. Entretanto, muito se tem no papel e pouco se faz na prática para que o envelhecimento seja acompanhado de todos os cuidados necessários. Para Alexandre Kalache, médico e presidente do Centro Internacional de Longevidade, é preciso criar uma cultura do cuidado que transpasse todos os setores da sociedade. Dessa forma, cabe ao estado com seu poder abarcativo rigorosidade no cumprimento das leis previsto no Estatuto do Idoso, como também readaptar as cidades para uma boa acessibilidade, com construções de rampas, calçadas planas e um cartão magnético para que o idoso possa ter mais tempo para atravessar nas sinaleiras. No que tange a saúde, é preciso um número maior de geriatras e o acesso gratuito a todo e qualquer tipo de remédio, isso se dará através de um cadastramento nacional e entrega do medicamento por um profissional capacitado na casa do idoso. Por fim e não menos importante o preparo familiar é fundamental para emocional do idoso que ao atingir certa idade se sente inúteil e um peso para a família. Assim, a sociedade brasileira conseguirá criar uma atmosfera acolhedora para aqueles que representam a história viva do meio em que vivem.