Título da redação:

Desafios da longevidade

Proposta: O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil

Redação enviada em 18/06/2017

A expectativa de vida ao nascer, no Brasil, vem aumentando progressivamente. No início do século XX, o brasileiro tinha uma expectativa de vida de menos de 35 anos e, ao final, em 2000, de 68 anos. Todavia, essa maior longevidade, estritamente relacionada aos avanços tecnocientíficos, esbarra em inúmeros desafios de caráter governamental e familiar. A redução das taxas de natalidade e das de mortalidade em idades prematuras contribui para a mudança na estrutura etária da população, tornando-a mais velha, do ponto de vista demográfico. Desse modo, a diminuição de contribuintes e o aumento dos aposentados abre barreiras para uma previdência social estável. Se as regras não se alterarem, entraremos em uma trajetória explosiva de déficit que inviabilizará o sistema de benefícios. Ainda no contexto econômico, os investimentos pouco expressivos na saúde, especialmente no setor geriátrico, também são obstáculos no oferecimento de uma satisfatória qualidade de vida para os mais velhos. No viés social, considera-se a forte tendência de abandono e desrespeito por parte das famílias. De acordo com dados do Disque 100, o número de registros de casos de negligência e violência contra idosos atingiu 62.563 denúncias em 2015, caracterizando-se pelo absurdo estereótipo tradicional de que a velhice é processo de deficiência, incapacidade, dependência, demência e impotência – ideal negado, por exemplo, no filme “Up - Altas Aventuras”, narrativa singular das aventuras emocionantes de Carl, personagem idoso, com o garoto Russel. Dessarte, a tomada de medidas, visando a oferta da “melhor idade” em condições exemplares, é imprescindível. O Estado, em concomitância com a sociedade, deve discutir mudanças adequadas nas regras da previdência a fim de buscar equilíbrio nas contas e circunstâncias ideias para os trabalhadores. Ao Ministério da Saúde, cabe criar hospitais destinados aos idosos, evitando demora nos atendimentos gerais, e criar parcerias com instituições privadas no intuito de oferecer tratamentos tecnológicos. Por meio das mídias, campanhas de conscientização devem ser divulgadas com o propósito de incentivar empoderamento e defesa dos mais velhos, rompendo o "pacto do silêncio".