"Deve-se temer a velhice porque ela nunca vem só, bengalas são a prova de idade e não de prudência". De acordo com o pensamento de Platão, envelhecer requer vários fatores importantes, o que em muitas sociedades é um grande desafio. Hoje, no Brasil, existem 24 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Embora esses dados evidenciem avanços no aumento da expectativa de vida, é preciso entender os limites que esse fato encontra para ser plenamente positivo. É importante pontuar, de início, que os avanços da ciência estão associados à expectativa de vida. Por volta de 1900, durante o Governo de Rodrigues Alves, houve vários surtos de doenças infecciosas como a peste bulbônica, no entanto, conseguiram desenvolver uma vacina para prevenir a doença e assim melhorar a qualidade de vida da população. Isso mostra que os investimentos em saúde e tecnologia são extremamente relevantes para a qualidade de vida da população e, assim, proporciona o aumento da expectativa de vida. No entanto, não se pode fechar os olhos para as demandas da população idosa. Conseguir atingir uma idade avançada é uma verdadeira vitória para muitos, visto que a necessidade de vários serviços tende a ser maior. Saúde, educação, transporte e previdência se tornam ainda mais preciosos. Entretanto, esses serviços, com destaque da previdência, encontram algumas dificuldades, posto que com uma menor população economicamente ativa, o pagamento desse benefício fica prejudicado. Desse modo, é papel do Estado garantir o bem estar e os direitos desses idosos. Fica claro, portanto, que o aumento da expectativa de vida é extremamente benéfico, mas, para que haja o pleno aproveitamento dessa nova fase por parte dos idosos, ainda há muito o que fazer. Nesse sentido, o Estado deve buscar garantir os direitos dos idosos, ao criar políticas públicas eficazes no que diz respeito à previdência e ao amparar, de maneira fiel e protetora, essa população idosa em relação à saúde, cultura, educação e ao transporte. Além disso, ONG's podem ajudar promovendo o convívio desses idosos com outras pessoas a fim de acabar com a solidão. Assim, poderemos afirmar com Platão que o importante não é viver, mas viver bem.