O envelhecimento populacional é um fenômeno universal, característico tanto dos países desenvolvidos como de modo crescente, do terceiro mundo. O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e, mesmo tendo vivido por séculos o ideário de nação jovem enfrentará, em breve, mudanças na vida pública e privada que precisam ser planejadas para que a terra de tupiniquins garanta a seus anciãos um futuro digno. Segundo a Organização das Nações Unidas, a proporção de idosos crescerá 35% em todo o mundo até 2050. Diante desse cenário, o governo brasileiro precisa produzir mudanças urgentes na economia e em políticas públicas voltadas para a terceira idade já que o futuro será sem dúvida, dos cabelos brancos. Portanto, será preciso edificar modos de vida ativa no qual idosos não sejam esquecidos em asilos ou tornem-se um fardo, mas que contribuam com a experiência e exemplos para a população ativa. Além das garantias que devem ser dadas pelo governo para os herdeiros de Matusalém, é preciso assegurar reflexões sobre a autonomia dessas pessoas e a forma como são vistas na sociedade. Afinal, são poucos os idosos no Brasil que conseguem alcançar uma vida ativa. Para o pesquisador em geriatria Alexandre Kalache, falta ao brasileiro, consciência gerontológica para entender a velhice e as limitações do corpo, não como sociais, mas como parte desafiante na construção de novas habilidades. Parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade, envelhecer faz parte da estrada da vida. Por meio dessa égide é preciso a percepção de que a velhice é o estágio social que deve ser entendido e planejado pelo Estado e sociedade. Ao primeiro, faz-se necessário uma urgente revisão no processo previdenciário associado a campanhas em grande escala em consonância com a mídia e bancos nacionais sobre a importância de economizar para o futuro. À escola cabe o papel de produzir formação e inserir idosos em programas como jovens aprendizes para que os mesmos conquistem uma nova profissão. Somente assim, a nação verde e amarela poderá colorir com o branco dos cabelos uma sociedade harmônica e igualitária.