O premiado filme “Cidade de Deus” mostra jovens de uma favela do Rio de Janeiro que cometem furtos e estão envolvidos com o tráfico de drogas nos anos 60. Contudo, essa realidade não ficou restrita a apenas aquela época, sendo que, segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal “O Globo”, os crimes cometidos pelos jovens aumentou em 20% no país. Dessa forma, infere-se que, tanto o sistema correcional, quanto a educação são negligenciadas pelo Governo brasileiro. Com a atual crise econômica do país, mais jovens de baixa renda abandonam os estudos para tentar ingressar no mercado de trabalho de trabalho. Todavia, muitos deles, por conta da baixa qualificação, não conseguem emprego e acabam partindo para o mundo do crime. Logo, esse cenário denuncia a inabilidade do poder público em conter a evasão escolar (que, em 2014, aumentou para 19%, de acordo com uma pesquisa do IBGE), a qual ocasiona a má formação laboral juvenil que, por sua vez, contribui para o aumento da criminalidade, por ser considerada, por muitos, a única saída para a sua sobrevivência. Em adição a isso, a maioria dos estados brasileiros não aplica corretamente as medidas socioeducativas, que visam à reinserção do adolescente na sociedade, fato que facilita a reincidência da infração. Apesar de dados do Ministério Público afirmarem que o índice de reincidência dos egressantes da Fundação Casa é de apenas 16% em São Paulo, um estudo do CNMP diz que 80% das unidades não oferecem auxílio aos egressantes. Desse modo, esse fato contribui para que os jovens retornem a cometer delitos, visto que não lhes foram dadas outras oportunidades. É imperativo, portanto, que o Ministério da Educação expanda as ETECs (escolas de ensino médio técnico do estado de São Paulo) para todo o país a fim de oferecer ao público pueril uma formação profissional gratuita e de qualidade, já no ensino médio, objetivando facilitar a sua entrada no mercado de trabalho.