A juventude brasileira vem se deteriorando progressivamente devido ao aumento da criminalidade. Em outras palavras, o futuro da nação está se perdendo ao oferecer sua vida ao arriscado mundo do crime. Essa terrível problemática é o reflexo de impasses sociais, econômicos e políticos intrínsecos à condição do Brasil na globalização e da sua péssima gestão. Desse modo, pode-se dizer que o jovem brasileiro é deixado à deriva de um sistema econômico desigual e uma governança indiferente, limitando seus horizontes de vida. Nesse viés, vale ressaltar o intenso crescimento financeiro nacional que, cada vez mais, exige uma mão de obra qualificada. Outrossim, isso se insere no contexto do adolescente, uma vez que ele necessita ingressar o mercado de trabalho para gerar renda. No entanto, tendo em vista a desastrosa qualidade do ensino público, jovens menos abastados não possuem o capital ou a educação necessária para se qualificar adequadamente. Sendo assim, conclui-se que esses indivíduos marginalizados economicamente, ou seja, eles não veem como tangível a carreira profissional. Por conseguinte, essas pessoas sem oportunidades laborais optam pelo crime, enveredando-se para o tráfico de drogas ou roubos e furtos. Concomitantemente, ao lado do fator econômico há o fator social. A partir desse ponto de vista, é importante citar a caótica urbanização dos grandes centros brasileiros, isto é, as metrópoles não conseguiram acompanhar o crescimento de suas populações. Em consequência disso, houve um intenso processo de favelização, que colocou o povo de baixa renda à margem do desenvolvimento da cidade. Portanto, novamente há a exclusão dessas famílias e dos jovens da sociedade, favorecendo o aumento da violência e da criminalidade. Ademais, soma-se às causas da problemática, a gestão ineficiente do governo brasileiro em ressocializar menores infratores, visto que a maioria das instituições socioeducativas não oferece uma profissionalização adequada. Destarte, o recrudescimento da criminalidade entre os jovens advém de questões sociais e políticas sistemáticas do Brasil, como a desigualdade social e a inércia governamental. Assim, para a reversão dessa conjuntura, é necessário que o Governo Federal dedique uma fração maior da receita pública ao desenvolvimento das escolas nacionais e que junto ao Ministério da Educação, elabore campanhas educativas e culturais a fim de afastar a juventude da criminalidade. Além disso, é função do Estado ampliar os serviços das instituições socioeducativas de modo que possibilite ao menor infrator o ingresso ao ensino superior e ao mercado de trabalho. A sociedade, por sua vez, pode criar organizações filantrópicas com a finalidade de inserir adolescentes marginalizados na sociedade por meio da promoção de cursos ou de arrecadação de fundos.