De acordo com Jean-Jacques Rousseau, filósofo iluminista, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe. Seguindo essa linha de pensamento, o aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros é resultado direto dos fatores sociais que lhes são constitutivos, como a desigualdade social e o esvaziamento de valores característico da modernidade líquida. Comprova-se isso pela análise conjuntural do mundo: países com maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) possuem menor índice de criminalidade. Sob tal ótica, certamente, vale ressaltar o legado histórico-cultural, uma vez que, a maioria desses jovens são negros. É fato que a abolição da escravatura no Brasil relegou o negro à marginalidade e à miséria, o que contribuiu e ainda contribui, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para a inserção de boa parte dos jovens negros (que são a maioria) nessa questão. Outro fator importante reside no fato de que as pessoas estão vivendo tempos de ‘’liquidez’’, conceito proposto pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, o qual evidencia, além do imediatismo das relações sociais, a perda de valores como o “ser”, e a falta de perspectiva e de projetos de vida. Ou seja, por não terem relações duradouras e valores sólidos, os jovens atuais são mais suscetíveis ao crime. Nesse contexto, instruí-los acerca da sociologia contemporânea é um ponto chave para tratar do problema. Em síntese, o aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros é fruto do meio. Assim, pois, torna-se imperativo que o Estado, na figura dos Três Poderes corrija a disparidade econômica e combata intensivamente as reminiscências do passado. Ademais, urge que o Ministério da Educação (MEC) intensifique as aulas de Sociologia, fornecendo-lhes a compreensão da sociedade atual. Dessa forma, os jovens provavelmente não iriam para o mundo do crime.