Título da redação:

Capitães de Morro: novo nome, antigo problema

Tema de redação: O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros

Redação enviada em 27/05/2018

Jorge Amado, em seu livro “Capitães de Areia”, retrata o cotidiano de crianças que retiravam do crime um meio de sobreviver às intempéries da sociedade, durante o século XX. No entanto, apesar de décadas terem se passado, o problema cresce cada vez mais. Nesse sentido, a influência do meio e a falta de perspectivas contribuem para a questão. Em primeira análise, cabe pontuar a influência que, os jovens recebem para entrar na vida do crime, como retratado no documentário “Falcão: meninos do tráfico”. Segundo John Locke, o indivíduo nasce como uma folha em branco e é constituído por relações externas. De maneira análoga à teoria do filósofo, ao crescer em um ambiente violento, e cujo poder do traficante é, lamentavelmente, mais forte que o Poder Público, as crianças acabam por aderir àquele estilo de vida. Dessarte, é triste, e vergonhoso, uma sociedade cuja criança troca o brinquedo pela arma, além de ter como herói um traficante. Em consonância a isso, soma-se a desestruturação familiar como outro fator agravante. No documentário supracitado, percebe-se que, a maioria das crianças envolvidas no crime não tinha a figura paterna presente, ou sequer tinha família. Com isso em mente, essa desintegração familiar contribui, sem dúvidas, para a criminalidade infantil, tendo em vista a importância da família, que a Constituição brasileira define como base da sociedade. Desse modo, sem o carinho de um pai, de uma mãe, um abraço, ou alguém a quem recorrer, resta ao jovem o crime. Em suma, é imperativo que ONG’s, em parceria com voluntários da própria comunidade, desenvolvam um projeto que oferte aulas de esportes, como futebol e vôlei, e trabalhem, junto a isso, valores com os incluídos no projeto, visando utilizar o esporte como ferramenta de inclusão e transformação social, tirando as crianças da rua e impedindo que, então, entrem no caminho da criminalidade. Somente assim, avançaremos na resolução do problema e ele poderá, um dia, ficar apenas na literatura.