A saída do cidadão da zona rural à cidade aumentou o contingente populacional. A população advinda do campo veio em busca de ascensão social, porém, ao chegar, encontrou-se em situações precárias. Foram jogados às margens da sociedade, tiveram de se aglomerar nas periferias urbanas, assim, formaram as favelas no processo de favelização. O aumento demográfico trouxe consigo o aumento da criminalidade, dentre os principais atores estão os jovens. A mídia prega e apoia a sociedade de consumo, nela quanto mais consome, mais feliz se torna. O jovem pobre, assim como qualquer outro independente da classe social, quer inserir-se nesse meio consumista. Assim a problemática vem à tona, a juventude periférica não tem condições materiais para consumir artigos de luxo do cenário consumista. Concomitantemente a esse quadro, existem os traficantes que aliciam os jovens para o mundo do crime, principalmente ao tráfico de drogas. A crise que assola o país contribui para o aumento da criminalidade juvenil. Como consequência, ela trouxe, segundo o IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística), um aumento no quadro de desemprego. A principal faixa etária afetada é a dos jovens entre 14-24 anos. Assim podemos correlacionar essas duas variáveis que obtiveram aumento no mesmo período. Ao andar pelos bairros periféricos da zona sul da cidade de São Paulo, como Grajaú e Capão redondo, é possível perceber uma quantidade irrisória de parques e centros recreativos quando comparados com os bairros de classe média, como Vila Lobos e Vila Mariana. Os jovens não tendo acesso a locais para recreação, para passar seu tempo livre, ficam mais expostos aos traficantes, que como já dito, podem alicia-los. A solução para essa problemática, primariamente, é o investimento em educação de base, pois, segundo o falecido pedagogo Paulo Freire, a educação tem um papel libertador e atua de forma transformadora na vida das pessoas. Há também a obrigação dos governos estaduais e municipais de investir em lazer e cultura nos bairros periféricos. Outra proposta, mas agora atingindo o cerne do problema, o tráfico de drogas, é a implementação de uma política de drogas em que haja mais solidariedade com o usuário e seja efetiva contra o tráfico, por exemplo, a liberação e regulamentação do uso e venda de drogas. Com essas propostas podemos virar o jogo no combate à criminalidade e recuperarmos os jovens que buscaram no crime uma forma de suprir suas “necessidades” de consumo.