Segundo o sociólogo Émile Durkeim, as ações individuais são influenciadas pelo meio social em que o indivíduo vive. Nessa perspectiva, a convivência em ambientes violentos torna-se capaz de traduzir essa realidade à conduta pessoal. Assim, a baixa qualidade de vida dos jovens, aliada a exiguidade de uma boa estrutura educacional, fomenta o aumento da criminalidade entre essa faixa etária. Medidas, portanto, fazem-se necessárias para a correção do cenário. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar a importância de um ensino qualificado para o futuro do cidadão. No filme Escritores da Liberdade essa afirmação é ratificada, uma vez que relata a história de uma professora que, através do seu trabalho, conseguiu mudar a vida de adolescentes que viviam em circunstâncias hostis. Fora do mundo cinematográfico, entretanto, o Brasil enfrenta dificuldades com a situação das escolas públicas, visto que a privação de bons salários aos educadores e a escassez de reparos nos estabelecimentos são considerados empecilhos ao alcance de educação pública conceituada no país. As instituições escolares, por sua vez, auxiliam na formação de indivíduos com capacidade de discernimento. A ausência do estudo, portanto, estimula as práticas criminais uma vez que o infrator não tenha recebido estímulos a boas ações e conhecimento adequado. Vale ressaltar, também, a péssima condição de vida em que muitos jovens se encontram. O convívio com o tráfico de drogas, junto à miséria, tem papel essencial no incentivo da origem de infratores. Isso ocorre, haja vista que o uso de entorpecentes torna-se comum e o seu comércio gera lucros que podem auxiliar no combate à pobreza exacerbada presente no cotidiano dos criminosos. Esse fato reafirma a ideia do sociólogo já dita anteriormente e evidencia que a não melhoria dessa situação corrobora o número de transgressores menores de idade, tendo em vista que não possuem oportunidades para uma vida adequada. Visto isso, é significativo que o Ministério da Educação, aliado ao Governo Federal, estabeleça um maior salário aos professores para melhorar a situação do ensino dos educandários públicos. As prefeituras locais devem realizar obras nessas escolas no intuito de obter uma estrutura digna para o uso apropriado dos alunos. Por fim, o Ministério Público deve criar cursos técnicos profissionalizantes gratuitos nas favelas para estimular a entrada dos jovens no mercado de trabalho para a obtenção honesta de dinheiro. Assim, é possível obter um caminho para erradicar a problemática.