O livro Capitães de Areia do escritor modernista Jorge Amado retrata o cotidiano de jovens marcados pelo abandono e pela miséria, por isso, muitas vezes, os personagens recorrem à criminalidade com o intuito de manter o seu sustento. Apesar da obra literária denunciar problemas do século XX, sua crítica se mantém atemporal, uma vez que muitos adolescentes do século XXI no Brasil ainda vivem nas mesmas condições dos capitães de areia: em situação de risco e no banditismo. Atualmente, a causa da problemática está na falta de condições financeiras das famílias dos jovens, diante da lógica pós-moderna, e na tímida concretização das leis do Estado.Vejamos. É importante elencar que a falta de condições financeira na vida do jovem contribui para sua ingressão no mundo do crime. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, com o início da pós-modernidade o ter se tornou algo maior que o ser. Nesse âmbito, para um jovem se sentir aceito o grupo social do qual ele participa, geralmente é necessário possuir coisas. Quando o adolescente não possui condições favoráveis para comprar objetos de valor, ele recorre ao roubo ou ao tráfico a fim de obter os produtos desejados mais facilmente. Portanto, a ideologia pós-moderna que atribui valor social a objetos em detrimento do ser, bem como a flata desses produtos na vida dos jovens tem como consequência a ingressão de muitos infantes no mundo obscuro do crime. Ademais, conforme o Iluminista Jean Jacques Rousseau, o contrato social é um acordo firmado entre a sociedade e o estado, por conseguinte deve ser integralmente cumprido. Nesse contexto, a constituição brasileira de 1988, o contrato social do Brasil, garante diversas medidas de inclusão da juventude que compreende: educação, alimentação , moradia e esporte-lazer. Todavia, todas essas medidas, as quais afastariam os jovens da criminalidade, não são, em sua totalidade, cumpridas. Em vista dessa desobediência estatal com a sua constituição, muitos jovens vivem em situação de risco no país, de maneira que recorrem ao tráfico de drogas e ao roubo para garantir o seu sustento. Assim retirar toda a juventude das precárias condições de vida, faz-se necessário para erradicar a criminalidade nessa faixa etária. Em vista dos problemas supracitados, o Estado deve promover todas as condições para o ingresso de jovens na educação, isso compreende boa alimentação, material escolar e transporte. Deste modo, o acesso à escola fornecerá as oportunidades para que o adolescente futuramente integre ao mercado de trabalho, de sorte que desde cedo ele não pense em integrar no crime. É importante que as iniciativas privadas e o Governo promova o acesso tecnológico, por meio da distribuição de notbooks e tablets ( produtos muito desejados por toda juventude). Assim, fornecendo todas as condições favoráveis para os jovens fugirem da criminalidade, não haverá novo capitães de areia na sociedade.