Título da redação:

A divina tragédia infanto-juvenil.

Proposta: O aumento da criminalidade entre os jovens brasileiros

Redação enviada em 29/09/2017

A realidade de muitos jovens brasileiros se assemelha cada vez mais com a dos pecadores condenados ao martírio eterno nos poemas da Divina Comedia, de Dante Alighieri. Sob tal ótica, é indubitável que não só há um desamparo por parte do governo, como também existe uma desintegração das relações familiares com esses jovens. É possível afirmar que em muitas comunidades menos abastadas o papel que deveria ser exercido pelo estado provendo, por exemplo, segurança, educação e alimentação é exercido por facções criminosas. Nesse cenário, a inimputabilidade penal prevista aos menores de 18 anos é usada a favor de tais organizações. Dessa forma o jovem que não possuía visibilidade passa a ter grande valor no mundo do crime, ao passo que comete crimes e sai impune. Parafraseando Michel Foucault, não há violência sem que haja relação de poder. Diante disso, a realidade dos criminosos infanto-juvenis está intimamente ligada ao desejo de visibilidade e ascensão social. Vale também ressaltar que as relações familiares são de suma importância na formação do indivíduo. Partindo desse pressuposto, a família que muitas vezes não exerce sua função fundamental, a de orientar e conversar, acaba que exilando o jovem ao mundo do crime, que por sua vez mostra-se muito acolhedor. Sendo assim, o governo deve combater as facções criminosas que corrompem milhares de jovens por todo o território nacional; as escolas devem criar programas que gerem maior visibilidade aos alunos mais esforçados, com o intuito de fazer os jovens buscarem visibilidade através da via acadêmica; a família deve conversar e orientar os jovens sobre os perigos do crime, e quando necessário, procurar ajuda profissional de psicólogos e psicopedagogos, com o objetivo de conduzir a criança e o adolescente para longe desse ‘’limbo’’, como fez Beatriz Portinari guiando Dante pelo paraíso.