Desde a abertura democrática brasileira, após o fim da ditadura militar, ocorrida com 1985, houve um incremento no índice de criminalidade praticada por jovens. Em outras palavras, faz mais de três décadas que esse problema gera consequências negativas, tanto para a vida dos infratores, os quais perdem oportunidades de educação, quanto para o Brasil, que deixa de contar com apoio daqueles que poderiam ser futuros profissionais. Os jovens muitas vezes são aliciados por adultos para cometerem crimes, porque o menor de 18 anos de idade é inimputável de acordo com o direito penal brasileiro. Dessa forma, eles cometem os agem em nome dos adultos e não ficam sujeitos à mesma punição. Outro fator que os influencia a escolher a violência é a baixa escolarização. Estudos mostram que crianças e adolescentes que não vão à escola têm maiores chances de tornarem-se infratores. A criminalização entre infantojuvenis é um problema crescente devido às dificuldades atuais de inserção no mercado de trabalho brasileiro. Por isso, cometer contravenções pode parecer a única opção. Além do mais, as unidades de internação brasileiras, que recolhem os jovens reincidentes ou que cometem crimes mais graves, não possuem condições adequadas para reeducá-los e ressocializá-los. Assim, eles saem dessas unidades e voltam a cometer contravenções. Ainda, a metodologia de ensino no Brasil não é atraente para os adolescentes, pois segue um modelo de imposição educacional. Platão dizia: "o conhecimento imposto à força não permanece na alma por muito tempo". Logo, o jovem pouco interessa-se pelo aprendizado, muitas vezes abandonando os estudos, podendo cair na estatística de baixa escolarização e consequente vida criminosa. Immanuel Kant disse: "o ser humano é aquilo que a educação faz dele". Dessa forma, o Brasil necessita primeiramente melhorar a questão da educação, o que irá certamente diminuir o número de jovens que optarão pela violência como solução. Para isso, o Ministério da Educação deve investir outras formas de ensino que sejam mais atraentes aos brasileiros, como projetos de ensino intercalados com atividades de música, esportes e videojogos. As escolas também devem realizar palestras para os pais, de modo a conscientizá-los da importância da educação dos seus filhos e treiná-los para fazer parte desse processo. Quem ama, educa.