A música “faroeste caboclo”, escrita por Renato Russo, retrata a história de um jovem retirante em busca de trabalho. Porém, este se depara com inúmeras dificuldades e acaba entrando para o mundo do crime. Apesar de ser uma ficção, esta é a triste realidade de vários jovens brasileiros. Observamos, nos últimos anos, um aumento das taxas de criminalidade nesta categoria. Por conseguinte, fica a indagação: o que fazer para conter este avanço? A criminalidade entre os jovens vem despontando como uma triste consequência de um conjunto de fatores. Um dos que mais chama atenção é a desigualdade social. Segundo o IBGE, cerca de 38% dos jovens entre 15 a 17 anos abandonam os estudos, muitos, para auxiliar no sustento familiar. O país figura entre os dez mais desiguais do mundo de acordo com a ONU. Eventualmente, é comum observar a desigualdade na competição por faculdades, mercado de trabalho, entre outros. Levando muitos jovens a buscarem caminhos delituosos. Outro fator que agrava este quadro é a ideologia capitalista, em que o ter é mais importante que o ser. Os jovens mais suscetíveis aos apelos da mídia são seduzidos por estes ideais, e tão logo não conseguem aquele item de desejo, se sentem fragilizados e até excluídos socialmente, podendo conduzi-los a cometer infrações. Aqueles que são presos podem ser encaminhados para as casas de recuperação ou cumprir medidas socioeducativas. Ainda, segundo a secretaria nacional de segurança pública, 70% dos jovens infratores voltam a cometer algum delito, caso que comprova a ineficiência do sistema adotado. Assim sendo, é necessário que o Governo promova igualdade de condições entre os jovens, através uma bolsa para estudantes de baixa renda e educação pública de qualidade. Além disso, o Governo deve promover campanhas de leitura nas escolas alertando para os perigos do consumo exagerado. Por fim, estabelecer um programa eficiente de reeducação dos jovens infratores, baseado na ressocialização e na inclusão no mercado de trabalho.