Até o início do século XXI, a maior parte das pessoas tinha pouca expressividade, como indivíduos, frente aos problemas que as afligiam. Detinham, entretanto, poder significativo enquanto sociedade, mobilizando-se em passeatas, greves e protestos. Hoje, com a globalização e com a democratização da informação proporcionada pela internet, o cenário é diferente. Não só cada um possui mais voz como esta pode ser ouvida pelo mundo inteiro, a exemplo de eventos como a primavera árabe, no oriente médio, e a 'Euromaiden', na Ucrânia. Não é raro observar, nas redes sociais, a opinião de um anônimo qualquer com milhares de compartilhamentos. Tão comum quanto, em contrapartida, são pessoas que argumentam de maneira pífia, utilizando-se de falácias para rebater opiniões contrárias e, frequentemente, xingamentos para desmoralizar outrem. Deste modo, sites como facebook e twitter tornam-se uma via de mão dupla, quando, ao mesmo tempo, são lugares ideais para manifestação intelectual de qualquer pessoa e um lixão virtual, com discursos com pouco ou nenhum embasamento, vindos de pessoas com pouquíssimo senso crítico. Além disso, vale ressaltar a importância de sites e organizações que tem como objetivo aumentar a participação da sociedade, por exemplo, em questões sociais ou até no financiamento de ideias. Este último é o chamado crowdfunding, que permite o investimento civíl em projetos de qualquer teor, desde os mais banais aos que prometem melhorar a qualidade de vida de todos - sendo esses os que acabam por sair do papel. Há também organizações como a Avaaz, que mobilizam pessoas por todo o mundo em prol de causas humanitárias, como ajuda às vítimas do terremoto no Himalaia ou suporte aos imigrantes sírios. Com base nisso, nota-se que a internet é uma ferramenta de expressão extremamente eficaz em vários aspectos, conseguindo criar um enorme contraste entre as atuais relações interpessoais e interculturais, comparadas as dos séculos passados. Porém, deve haver incentivo na educação dos mais jovens, por parte do governo e das famílias, com o objetivo de aprimorar o senso crítico e a oratória desses, fazendo-os aprender a dialogar e a interpretar eventos cotidianos, sabendo refletir sobre diferentes propostas de intervenção para problemas no outro lado do mundo. É possível, assim, criar uma rede que não só pertence, mas serve a todos.