Arraigado torna-se atualmente o ativismo cibernético no mundo, fato que não se difere no Brasil. A insatisfação dos brasileiros acerca da situação socioeconômica do país em consonância ao avanço da influência das redes sociais sobre a população, torna cada vez mais viável a articulação de protestos populares em território nacional. O povo brasileiro demonstra sua insatisfação com as situações socioeconômicas da nação desde a República Velha, quando eclodiram movimentos operários e regionais – como a Revolta do Contestado – que clamavam por melhores condições de vida. Nesse sentido, em um contexto de corrupção, altos impostos e precariedade dos serviços públicos, não muito diferente da república velha, os cidadãos do Brasil contemporâneo sentiram-se abusados pelos governos, passando a manifestar-se por meio de panelaços, passeatas e protestos, a exemplo do Movimento da Catraca Livre, ocorrido nas ruas das metrópoles brasileiras em 2013, contra o aumento da passagem de ônibus e acesso grátis a esses pelos estudantes. Concomitante a isso, eclodia o avanço das redes sociais no país: Twitter, Facebook e Instagram tornaram-se meios mais poderosos de disseminação de informações do que os canais de Tv. Mais do que relações interpessoais, essas ferramentas são cruciais na formação de movimentos reivindicativos no Brasil: eventos marcados pela internet se mostram mais eficientes do que os habituais, já que informações são mais rapidamente divulgadas por mensagens instantâneas do que por panfletos, atingindo maior número de pessoas em um curto espaço de tempo. Isso explica o sucesso das ações populares, que, via sites de relacionamento, reuniram e reúnem grande número de pessoas em prol de uma causa, como na Primavera Árabe no oriente médio , o já citado Catraca Livre e os protestos dos últimos meses contra a gestão da presidenta Dilma. É nítido que o âmbito virtual se mostra importante nas articulações democráticas atuais. Desse modo, o governo deve amplamente investir no setor público, com transportes mais efetivos, aplicação da arrecadação de impostos em áreas como saúde e educação, bem como políticas eficientes de fiscalização das finanças, visando combater a corrupção, deixando assim os cidadãos satisfeitos. Enquanto tal satisfação não é alcançada, vale a promoção de mais movimentos reivindicatórios e petições virtuais pelos cidadãos, de modo a pressionar os governantes a agirem com mais eficiência e transparência. É importante ainda que haja o barateamento da conexão de internet banda larga, tornando o âmbito virtual mais acessível.