Nesta última década a humanidade tem vivido a ascensão das redes digitais e uma globalização intensa de ideias e notícias. Fato claramente visto na Primavera Árabe, nas manifestaçãos recentes no Brasil e tantas outras mobilizações disseminadas organizadas virtualmente pelo mundo. Logo, a internet se revelou como uma grande ferramenta de liberdade expressiva e informacional, motivo pela qual é restrita em países autoritarios como China, Cuba e Coreia do Norte. Apesar do caráter democrático e libertador da rede, também é notável a volatilidade de ideias e informações rasas, gerando preconceitos generalizados e, por consequência, a intolerência ao diferente. Fenômeno este já abordado pelo sociológo Zygmunt Bauman em seu conceito de Modernidade Líquida, no qual apresenta que apesar da maior disseminação de ideias e relacionamentos, têm também sido instáveis e efêmeros. O ciberativismo é certamente uma importante ferramenta na organização dos cidadãos, promovendo manifestações e consciência de seus direitos com uma facilidade e rapidez não antes vistas. Porém, é clara a superficialidade da cosnciência cívica e compreensão do problema para muitos manifestantes, fato orbservado ao serem entrevistados e não apresentarem visão clara do movimento, dos problemas e suas causas. No entanto, é notável que o brasileiro vem adquirindo princípios de consciência cidadã e vem manifestando sua insatisfação diante dos problemas cotidianos e políticos. Portanto, para uma efetiva mobilização consciente individual, sem intolerância e preconceitos é necessário a educação acessível de qualidade. O desenvolvimento de uma cultura cidadã tem nos pais, escola e mídia importante papel nessa construção, sendo muito útil o desenvolvimento de leituras regulares de jornais nas escolas desde o ensino fundamental, promovendo a discussão dos temas atuais e conhecimento dos direitos cidadãos, formando agentes tranformadores da realidade.