Título da redação:

Ativistas por um "click"

Proposta: O ativismo social e a repercussão cultural, política e social nas redes digitais.

Redação enviada em 06/09/2015

A Primavera Árabe, movimento revolucionário ocorrido em 2010, deu início a um marco importante na história da sociedade, que é a utilização das redes sociais como meio de ativismo - já que os protestos ocorridos se iniciaram na internet - visto que tal ferramenta criou uma relação entre dois mundos: o virtual e o real. Primeiramente, deve-se levar em consideração que o conceito de ativismo é a prática de uma ação, ou seja, a criação de um movimento – seja ele de manifestação ou protesto – em prol de uma causa. Inúmeros movimentos como o “Vem Pra Rua”, ocorrido em 2013 contra a realização da copa do mundo de 2014 no Brasil, iniciaram-se nas redes sociais, com muitos “likes” e compartilhamentos de ideias que se tornaram virais, alcançando e mobilizando pessoas de várias regiões do país, detentoras de uma única ideologia e propósito: alcançar seus objetivos. Com isso, é notório que as redes sociais encurtaram distâncias e facilitaram o acesso à diversificação de ideias, além de minimizar as barreiras sociais, fazendo com que qualquer classe, independente de seu status social, tenha acesso a um mar de informações. Por outro lado, sabe-se que nem sempre todos participarão de um movimento verdadeiramente conscientes da ideologia que ele carrega. O filósofo contemporâneo Zigmundo Bauman, relata que há uma modernidade líquida, sem solidez e consistência. Ou seja, inúmeras linhas de raciocínio construídas não são fundamentadas em uma ideologia sólida e palpável. Em uma imensa vitrine de informações, é trabalhoso selecionar as que são verdadeiramente úteis, o que necessita de um bom senso crítico. A questão é que, a sociedade, em diversos casos, recebe pronto tudo aquilo que pensa, toda a ideologia de determinado movimento ativista virtual, o que pode acarretar a um sedentarismo racional. Diante desses fatos, fica clara, portanto, a necessidade de haver uma maior conscientização da sociedade por parte da família e da escola em relação ao ativismo presente nas redes sociais, já que ambas têm o poder de trabalhar no senso crítico do cidadão, orientando-o em suas escolhas. O Estado também deve atentar-se mais para as reividicações feitas pela população, procurando atender os interesses do povo. Com isso, será possível ter uma sociedade sólida, crítica e justa, assim como deve ser.