Título da redação:

Ativismo preguiçoso

Tema de redação: O ativismo social e a repercussão cultural, política e social nas redes digitais.

Redação enviada em 12/09/2015

A palavra democracia, do grego demos, "povo" e kratos, "autoridade", surgiu na Grécia Antiga há milênios atrás. Os debates políticos eram realizados em praças públicas de Atenas e essas eram denominadas Ágora. Hoje, com o advento da internet, foi criado uma nova Ágora: as redes socais. Embora a democracia não seja exercida de forma direta, o espaço virtual tem sido palco de grandes protestos e movimentos sociais no mundo contemporâneo. No entanto, nem sempre esse engajamento virtual condiz com a aplicação na realidade. Apesar de alguns pensadores considerarem a internet como um meio que isola o indivíduo, nos últimos anos, essa tem sido utilizada para reuní-los. O descontentamento político e social e a necessidade de integrar-se ao âmbito coletivo, fez com os indivíduos, por sua vez, fizessem o uso das redes sociais como porta-voz de suas expressões e de mobilização de causas sociopolíticas. Movimentos como a Primavera Árabe em 2011, o "vem pra rua" em 2013 e ações da ONG Green Peace na defesa do meio ambiente evidenciam o papel das redes socias como ferramentas fundamentais para a organização de manifestações e mobilizações. No entanto, em vez de paus e bandeiras, o uso de celulares e internet, da mesma forma, pode causar um ativismo superficial e preguiçoso. A geração curtir e compartilhar, muitas vezes acredita que entrar no Facebook ou Twitter significa mergulhar em um grande protesto, onde o simples fato de comentar e compartilhar campanhas e propagar ideais politicamente corretas, lhes garante a sensação de dever cumprido. A realidade, aparentemente, é que as redes sociais criam bolhas ideológicas e formam indivíduos acomodados a medida que se propagam um falso engajamento. Desse modo, utilizar dos benefícios desse estímulo a inclusão motivado pelas redes sociais é essencial para a participação política dos cidadãos. Para que a internet não fique independente da realidade e transcenda seus movimentos, a sociedade deve, portanto, utilizar esse meio de forma ética, consciente e ativa, desfazendo-se do comodismo. Assim, as redes sociais devem se tornar, de fato, um grande combustível para as revoluções.