Título da redação:

Ativismo em rede: os novos rumos da democracia representativa

Proposta: O ativismo social e a repercussão cultural, política e social nas redes digitais.

Redação enviada em 21/05/2016

A tecnologia da informação e da comunicação possibilitam novas formas de interação entre os indivíduos sociais; nesse sentido, o indivíduo em rede, pode assumir o caráter ativo frente às discussões podendo deliberar sobre diversas questões que permeiam os campos da política, da cultura, da economia e, outros por meio do acesso às ferramentas de pesquisas e das redes sociais na medida em que respeita o direito de expressão de outrem e a ética social. À vista dos novos meios de interação, a democracia participativa ganhou rumos significativos no que diz respeito ao diálogo entre governo-cidadão, ao invés de permanecerem à mercê das decisões dos seus próprios representantes, o cidadão assume uma posição diante das discussões políticas, participando, opinando e deliberando sobre as mesmas. As opiniões políticas, nas redes sociais, são muitas vezes, efeito do descontentamento do cidadão para com os seus representantes, deste modo, unindo o direito de liberdade de expressão e o acesso, sem limites, à rede, acompanham a opinião de outros cidadãos, colocam em pauta discussões diversas e dão possíveis opiniões – estas que, muitas vezes, podem divergir entre si. Um exemplo que serve de explanação para as colocações anteriores, foi o acontecimento das Manifestações de Junho, ocorridas no Brasil no ano de 2013, a insatisfação popular com a política brasileira, naquele momento, era visível, as manifestações agrupavam milhares de pessoas em eventos pelas redes sociais que compareciam, pessoalmente, a estes; desde então, o “ativismo em rede” tornou-se cotidiano. Em debates cotidianos, são comuns as opiniões dos participantes divergirem, o que pode acrescentar para a formação dos leitores/ouvintes e ainda, torna-los mais tolerantes e abertos às discussões, por outro lado, há quem use, como método argumentativo, o ataque e há aqueles que, intolerantes, se reduzem ao mundo das próprias verdades absolutas. Ao mesmo tempo em que o acesso à rede pode ser democrático, pode ser, também, o seu oposto, no mesmo “lugar”, isto é, no ciberespaço podem coabitar a tolerância, a aceitação de opiniões distintas e o discurso de ódio; a liberdade de expressão, como sabemos, é um direito, mas não se pode deixar confundir a liberdade de dizer o que se pensa com discurso de ódio, é preciso, sobretudo, ponderar o que dizer para fazê-lo de modo coerente. Recentemente, foi criada uma lei que foi chamada popularmente de “a constituição da internet” esta, com nome original de Marco Civil da Internet, garante a liberdade de expressão, a privacidade e, atribui a cada individuo a responsabilidade civil em relação ao uso da rede, para a aprovação da Lei, foram necessárias longas discussões por redes sociais, eventos abertos à sociedade civil e, o processo habitual de aprovação de leis. Para trilhar novos caminhos da democracia representativa, isto é, proporcionar seu avanço e aperfeiçoamento, a ética, como uma instituição fundamental para a convivência harmoniosa, deve existir subjacente ao conceito de democracia visto que, uma não pode existir sem a presença da outra e, nesse contexto, a utilização da ética – dentro e fora do ciberespaço, é imprescindível para a coexistência de opiniões distintas que fomentam discussões políticas, culturais e econômicas.