A produção brasileira “Tapete Vermelho” retrata a jornada de um pai que almeja levar seu filho ao cinema para ver um filme do teatrólogo Mazzaropi, partindo de uma cidade do interior a família percorre o país passando por diferentes obstáculos. Não diferente da realidade, a ficção desta obra demonstra a dificuldade de acesso à produção cultural no Brasil, fato que torna o tema polêmico em pleno século XXI, uma vez que em um país de tão vasta população, uma ínfima parte desta pode atingir a essa. A participação dos cidadãos brasileiros em teatros, cinemas, espetáculos e exposições é bastante diminuta, haja em vista que nem todas as cidades oferecem estes atrativos, ou mesmo aquelas que os têm, o preço não é acessível a maior parte da população do país, que vive com uma renda média de menos de um salário mínimo e meio. Deste modo, a indústria cultural é voltada para uma minoria com poder aquisitivo a esta, tendo por consequência uma aculturação massiva para aqueles com menor diversidade de opções, podendo haver alienação por parte destes cidadãos pouco representados. Outrossim, não faz parte dos hábitos dos brasileiros a prática de leitura, tendo o país uma alta taxa de analfabetos funcionais, os quais são capazes de reconhecer o que esta escrito, contudo, não são capazes de sintetizar e absorver aquilo que lêem. Desta forma, o já custoso processo de alcance à cultura torna-se ainda mais árduo, fora o fato da carência de bibliotecas que o Brasil enfrenta, principalmente na região norte e nordeste, onde a privação de recursos já é conhecida. O governo deve, portanto, investir amplamente na educação, corrigindo déficits na aprendizagem, tornando os indivíduos mais qualificados para avaliar o que lhes é apresentado e que tenham sede por saber, procurando meios de obtenção a cultura e informação, além disso, deve haver maiores investimentos no ministério de cultura, para que mais projetos sejam elaborados e concretizados, devem ser subsidiadas atrações, para que mais pessoas possam frequentá-las. Ademais, a mídia deve fazer campanhas, como a encabeçada por Mateus Solano, que incentiva a população a comparecer aos teatros. Por fim, cabe ao cidadão não acomodar-se e ir de encontro com bibliotecas e acervos públicos, sempre buscando enriquecer o saber e cobrando de seus representantes seu direito em acessar este.