Em 1922 ocorreu a Semana de Arte de Moderna, sendo essa restrita a cidade de São Paulo. Dessa forma, vê-se que o acesso à produção artística e cultural está restrito a classe mais abastarda e aos grandes centros urbanos do país, isso ocorre por conta da base de formação cultural e da ineficiência de políticas públicas para ampliar a cultura. É importante pontuar, de início, que a falta de medidas governamentais para alcançar a população mais pobre com a cultura, torna esses reféns das condutas midiáticas. Tal situação torna essas pessoas subordinadas a um conhecimento acabado e pronto, além de serem conduzidas a pensar e agir de certa forma, isso é um problema, ocasionado pela ausência da ampliação do conhecimento cultural, o qual resulta na falta de desenvolvimento do senso crítico do cidadão. Prova disso é a ideia do sociólogo Adorno, que estudou a Indústria Cultural, o qual afirma que a mídia cria certos estereótipos que tiram a liberdade de pensar do espectador forçando imagens, muitas vezes errôneas, em sua mente. É fundamental pontuar, ainda, que a construção da cultura no país têm raízes segregacionistas. Nesse sentido, vê-se que com a chegada do colonizador, os jesuítas ficaram responsáveis por educar, além de transmitir conhecimentos sobre a dança, música, teatro e literatura, porém todo esse conhecimento foi destinado a uma parcela da sociedade, deixando de lado grande parte dos indivíduos, isso também ocorre em pleno século XXI, pois o cinema, teatro e a biblioteca estão limitados a uma classe. Assim, a ideia do líder Gandhi ratifica esse pensamento, pois o mesmo afirmou que o futuro é determinado pelo que é feito no passado e presente. São necessárias, portanto, medidas para ampliar a cultura às diversas classes. Sendo assim, o Governo deve instituir a disciplina de arte como obrigatória no currículo acadêmico das escolas públicas e privadas, além disso, por meio dos três poderes deverá garantir, efetivamente, aulas das diversas linguagens artísticas, além de ampliá-las gratuitamente a sociedade, com a finalidade de aproximar a população ao meio cultural. Ademais, ONGs devem construir nas pequenas cidades espaços artísticos e culturais, como biblioteca, teatro e cinema, por meio de subsídios de empresas privadas, a fim de levar a cultura aos locais distantes dos centros urbanos, para que assim o senso crítico da sociedade possa ser desenvolvido. Mediante a isso, o grave problema da restrição cultural no Brasil será minimizado, pois como disse Oscar Wilde: “o primeiro passo é o mais importante para a mudança de uma nação”.