Na década de 80, visando fomentar, administrar, financiar e, com isso, enaltecer o patrimônio material e imaterial do país, nasceu, no Governo Sarney, o Ministério da Cultura. Desde então, o acesso pela população a sua cultura foi viabilizado. Entretanto, após mais de trinta anos, é fundamental analisar até que ponto esse acesso existe. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, tal como na Antiguidade Clássica, o acesso à produção cultural ainda é muito restrito às elites. Nesse viés, para a manutenção da engrenagem capitalista, em detrimento aos valores propagados pelo ministério criado através do decreto de José Sarney, são impostos altos preços a ingressos de shows de artistas nacionais e até mesmo aos livros comercializados. Dessa forma, fica visível que, como na Grécia Antiga, na qual o contato com as manifestações culturais era exclusivo às camadas mais altas da sociedade, o país verde e amarelo também impões obstáculos semelhantes, só que desta vez econômicos. Além disso, na canção "Querelas do Brasil" Elis Regina afirmava que "o Brazil não conhece o Brasil" assertiva que, tendo em vista o contexto de indiferença do brasileiro para com a sua própria cultura, torna-se um fato. Em 2014, uma pesquisa, realizada pela companhia Jleiva Cultura & Esporte, informa que apenas 25% dos brasileiros entrevistados realizam atividades culturais. Na mesma pesquisa, 41% dos entrevistados apontam o desinteresse como principal razão para esse número tão baixo. Nesse âmbito, segundo Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar. De maneira análoga, uma vez que não há encorajamento ao contato da população com a sua cultura, a ideia de essa é desinteressante tornou-se parte do senso comum, por conseguinte, um fato social. Assim, portanto, fica claro que existem barreiras ao acesso à cultura no país - fazendo urgente a elaboração de medidas que visem reverter o quadro. Segundo Charles Dunning, em "O poder do hábito", o hábito está ligado à ideia de que um estímulo gera uma expectativa de resposta no cérebro. Dessa maneira, é mister que a A Secretaria de Políticas Culturais, com o Ministério da Educação e a mídia promovam um estímulo à população socialmente desprivilegiada, através da divulgação de práticas culturais, por meio de programas de televisão, campanhas e festivais temáticos. Ademais, as ONGs devem criar espaços de incentivo à leitura para pessoas de todas as faixas etárias. Logo, gradativamente, a resposta a esse estímulo será obtida através da melhor difusão cultural no Brasil.