Observa-se que, hodiernamente, a dificuldade para o acesso à produção cultural é uma problemática recorrente no Brasil. Sob essa égide, a falta de incentivo à valorização artística e a dificuldade financeira são fatores que potencializam tal percalço. Logo, urge a necessidade da parceria entre o Ministério da Cultura e os municípios com o fito de sanar essa mazela social. A priori, é evidente que o baixo incentivo à arte está entre as causas da falta de acesso à produção cultural, visto que muitos municípios brasileiros não possuem teatro e salas de cinema. É o que demonstram dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Além do que, os brasileiros não costumam frequentar museus ou exposição de arte. Diante do exposto, nota-se que, se a população brasileira não for educada sobre a importância da arte e da cultura, ela não conhecerá o seu verdadeiro valor, haja vista que, de acordo com o Immanuel Kant, o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. A posteriori, destaca-se que a dificuldade financeira contribui para o agravamento de tal impasse. Ora, seguindo essa linha de raciocínio, um trabalhador que recebe apenas um ou dois salários mínimos encontra dificuldades financeiras para comprar livros literários à sua família ou colocar seu filho em algum curso da área artística. No entanto, segundo a Constituição Federal de 1988, art. 215, é dever do Estado garantir a democratização do acesso aos bens culturais e a sua produção. Assim, é substancial perceber a importância do acesso à produção cultural, pois, consoante a Friedrich Nietzsche, a vida é dor e sofrimento, e a única coisa que ajuda o homem a passar por ela e a superá-la é a arte. Destarte, vê-se que a dificuldade ao acesso à produção cultural é fruto da falta de incentivo e da fragilidade financeira. Como uma forma de mitigar tal problemática, o Ministério da Cultura deve divulgar e tornar o Vale-Cultura (um benefício que é concedido a trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos, com o recurso acumulativo mensal de até 50 reais) mais conhecido, para que o brasileiro com baixa renda possa exigí-lo de seus empregadores e, com isso, ter acesso a eventos artísticos e à compra de livros de forma mais acessível. Ademais, é fulcral os governadores municipais incentivarem as suas populações - por meio de palestras sobre arte e cultura em escolas e em universidades e com a construção de museus, teatros e estabelecimentos de exposições artísticas – para o acesso à arte, com a finalidade de instigar os cidadãos à produção cultural. Com tais medidas, criar-se-á uma sociedade a qual Nietzsche regozijar-se-ia.