Cultura é tudo aquilo que é produzido pelo homem e que revela os valores e práticas de uma sociedade. Todavia, nem sempre todos os setores dela participam ou têm acesso à essa produção ficando então, esta, reservada a pequenos grupos e passando a ser, o seu consumo, considerado objeto de distinção social. Devido à isso, devemos analisar o que levou a essa separação de público para que, posteriormente, saibamos como reaproximar a população menos abastada da produção cultural. Quando chamamos um indivíduo de culto(a) estamos dizendo que ele possui cultura. No entanto, não é difícil perceber que atrelamos a isso a imagem de uma pessoa pertencente às altas classes sociais. Essa relação, de certa forma, não está errada já que, consumir cultura no Brasil demanda muito dinheiro. Segundo o IBGE, menos de 25% dos municípios brasileiros têm teatro e isso torna a visita a esse local algo muito raro e dispendioso. Além disso, os livros custam caro, em relação aos salários recebidos pela maior parte da população, e mais da metade desta não tem o hábito de ler constantemente, de acordo com o Instituto Pró-livro. Com o propósito de aumentar a interação entre o povo e a cultura do país, foi criada em 1991 a Lei de Incentivo à Cultura, hoje conhecida como Lei Rouanet. A partir dessa lei o Estado tinha por objetivo incentivar, apoiando financeiramente, projetos culturais uma vez que pessoas comuns e empresas poderiam abater o dinheiro que doavam para este fim no imposto de renda. Entretanto, atualmente, a Justiça descobriu que essa lei funcionava como um meio para desviar dinheiro visto que os grandes empresários “investiam” em algumas iniciativas, tinham a ajuda abatida da taxa anual obrigatória e depois, recebiam o valor que foi doado de volta. Tudo para burlar a coleta de impostos. Vista a situação do Brasil quanto à questão do acesso à cultura, medidas são necessárias para reaproximar a população da produção social. O governo deve, por meio do Ministério da Cultura, incentivar tanto a criação de teatros e cinemas pelo país quanto a ida dos atores e peças às regiões mais afastadas dos grandes centros. É importante também que as escolas incentivem, desde cedo, a leitura para que as próximas gerações tenham um maior apreço por essa atividade e mostrem também as diversas práticas, danças e valores existentes no nosso país pois, como dito por Martin Luther King, “o homem é o que a educação faz dele” e assim, poderemos ter uma sociedade com maior acesso e interesse pela cultura.