É comum que as pessoas digam ou pensem que a cultura e a arte basicamente morreram na Idade Média, o que é, sem dúvidas, um equívoco. A cultura e o conhecimento daquela época ficaram mantidos sobre a posse, sobretudo da igreja e dos nobres, aqueles que podiam desfrutar do conhecimento e dar sequência aos seus estudos. Dessa maneira surgiram, por exemplo, grandes filósofos, músicos e artistas que são reconhecidos até os dias atuais. Apesar de ter se passado mais de cinco séculos, a cultura continua concentrada e muito restrita às camadas de maior poder econômico, impedindo assim a maior parte da população brasileira de ter acesso à produção cultural. Com isso, é importante analisar quais fatores são pilares desse problema e propor soluções que possam solucioná-los. Primeiramente, é importante frisar que o maior problema que dificulta o acesso dos brasileiros à cultura é a desigualdade social, muito presente no país. A falta de educação básica de qualidade impede que a maioria dos indivíduos consiga no mercado de trabalho um bom emprego que dê a eles uma renda satisfatória para poder suprir suas necessidades básicas e ainda sim ter acesso à cultura. Um relatório publicado pelo site da UNESCO mostrou que apenas trinta por cento dos brasileiros frequentam cinemas, teatros, exposições de arte. Também, a maioria não tem a leitura como hábito, isso porque, os livros além de não serem vistos como um artigo de necessidade para indivíduos de renda baixa tem um alto custo, impossibilitando que vários possam fazer sua aquisição. Além disso, poucos municípios possuem bibliotecas públicas que permitam a seus moradores acesso aos livros. Segundo que a falta de políticas públicas ou a pouca aplicação das mesmas dificulta que a produção cultural seja acessível a todos os brasileiros, em especial as classes baixas. Na Constituição de 1988 constam os artigos que garantem como direito inalienável o acesso a toda forma de cultura a todos os cidadãos e também deixa claro que o Estado deve incentivar apoiar, e proteger toda forma de manifestação cultural e garantir seu livre acesso. Dessa forma fica claro que o Governo Federal, o Ministério da Educação, cidades e municípios devem criar projetos que aproximem os indivíduos da produção cultural, seja incentivando projetos em comunidades e escolas que permitam as pessoas assistirem a peças de teatro, dança e música. Empresas de grande porte podem também colaborar, a empresa VALE apesar de não ter levado a frente, aderiu ao cartão chamado Vale Cultura para incentivar seus funcionários a aderirem a itens da produção cultural como livros, cinema, espetáculos. Portanto, é evidente que como na Idade Média, os meios culturais e seu acesso no Brasil são muito concentrados nas mãos daqueles que possuem alta renda, dificultando o acesso da maior parte da população que consequência da desigualdade social, exclui muitas vezes, a produção cultural de suas vidas. É necessário, então, que além das propostas feitas anteriormente, o Governo Federal e o Ministério da Cultura entrem em acordo com a indústria cultural dando, por exemplo, benefícios como descontos em impostos para que diminua o preço dos livros, cinemas, exposições, teatro e dança permitindo a adesão das pessoas de renda baixa. Ademais, que os municípios e cidades usem verbas da contribuição para a construção ou manutenção de bibliotecas, conciliando com a distribuição de panfletos que incentivem o hábito da leitura aos seus moradores permitindo assim a disseminação da produção cultural na sociedade.