Quando a TV foi criada, ela possibilitou que o público pudesse entrar em contato com sons e imagens. Entretanto, isso não foi para todos, apenas a classe com maior poder aquisitivo pôde obter essa fonte de informação. De maneira análoga, pode-se perceber o debilitado acesso à produção cultural pelas classes mais baixas no Brasil, seja pela massificação cultural, seja pelas ações antidemocráticas. Inicialmente, é indubitável que a indústria cultural esteja entre as causas do problema. A Escola de Frankfurt já afirmava que arte perderia seu caráter crítico para apenas gerar lucro e, quem fugisse do padrão estabelecido, seria o diferente estereotipado de alguma maneira. Para ilustrar isso, convém citar, como exemplo, os cinemas com suas tendências: antes a moda era filmes baseados em livros e a atual são os filmes de heróis; quem foge disso ou procura cinemas mais cultos com tramas críticas sociais é o diferente e, até mesmo, alvo de chacota. Além disso, a equidade e a igualdade, pilares da democracia, não tem se cumprido no país se tratando dessa problemática. Segundo a Noção Aristotélica de Igualdade, devemos tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais na medida de sua desigualdade; isso não tem acontecido visto os preços das entradas de cinemas, teatros, exposições e eventos artísticos ou gastronômicos mais requintados. Fora a distância da população periférica desses locais, cenário que a Geografia classifica como segregação sócio espacial, onde um local tem concentrado as melhores condições de vida e, noutro, nem tanto. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Sendo assim, a mídia deve divulgar, através de telejornais locais, lugares que disponham de eventos diferenciados dos já conhecidos. E, ao Ministério da Cultura, cabe a movimentação de o projeto de lei Bolsa Cultura que viabiliza transporte e preços mais acessíveis. Através dessas ações "embrionárias", a noção cultural de os brasileiros poderá se expandir e uma sociedade mais desenvolvida nascerá.