Título da redação:

Inércia cultural

Proposta: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 12/07/2017

Historicamente, a cultura enquanto produção artística esteve unida ao conceito de elite. Com o advento da globalização, porém, espetou-se pela dinamização completa da arte. Contudo, a indistinção entre entreter e tornar culto, levou o Brasil a um estágio de inércia cultural, tendendo a cultura a manter uma posição inacessível a muitos brasileiros. Na contemporaneidade, a comum confusão entre entretenimento e produção cultural contribuiu para a desvalorização da arte no país. Isto porque, ao entender o culto como banal, os indivíduos deixaram de incentivar e lutar pelo livre acesso a essa opulenta forma de conhecimento. Desse modo, a manutenção da distância entre a cultura e indivíduo vem tornando a sociedade cada vez mais medíocre e acomodada em relação aos pensamentos críticos e artísticos. "A cultura está acima da diferença de condição social". A frase do filósofo Confúcio, apesar de representar como deveria ser a democratização artística no Brasil, não é nada além de teórica. Uma vez que os altos valores estabelecidos para que se chegue à produção cultural - como livros, espetáculos de dança e de teatro - tornam seleto o público com possibilidade de acesso à essa cultura. Todavia, ao contrário do que se observa na realidade brasileira, a produção cultural deve ser uma forma de transmitir conhecimento ao indivíduos de modo a torná-los cidadãos mais críticos e sensíveis à arte. Dessa maneira, a cultura deve ser acessível a todos os públicos - sem distinção de classe social, gênero, cor ou idade. Nesse âmbito, fica evidente a premência de mudanças para que o país torne-se abrangente no diz respeito ao culto. Para tanto, faz-se necessário que as instituições culturais de música, literatura e teatro realizem parcerias com escolas para a apresentação de sua produção artística durante intervalos de aula ou até mesmo em "fins de semana da cultura", estimulando desde a infância o gosto pela arte. Ademais, a incorporação, por empresas, de auxílios artísticos já existentes - como o "vale cultura" - é de grande valor para torná-la acessível as classes mais baixas. Destarte, a força da ação conjunta romperá com a inércia cultural vigente.