No governo Sarney, nos anos 80, foi criado o Ministério da Cultura a fim de promover, proteger e valorizar o patrimônio material e imaterial. Dessa forma, a aproximação dos indivíduos com seus costumes, rituais, língua e tudo que engloba a sua cultura, deveria se tornar mais fácil. Após mais de 2 décadas, contudo, não é este cenário que encontramos. Em vista desta constatação, é fundamental pensar nos motivos para esta falha, e como resolvê-la. Primeiramente, é importante entender que tornar a cultura acessível depende de vários fatores. Como o Brasil é um país bem populoso, é notório a diversidade de etnias, crenças, grupos sociais e, consequentemente, uma variedade de manifestações e produções artísticas. Assim, para que a democratização ocorra, é preciso que haja a valorização de todas elas, assegurando que nenhuma seja menosprezada. Entretanto, o preconceito se faz presente nessa conjuntura, como por exemplo, com o "funk". Este é, constantemente, marginalizado e qualificado como um gênero sem cultura. Assim, torna-se difícil executar esse acesso. Uma outra questão é que uma grande parte da população não possui alcance aos bens culturais, como cinema, teatro e museu. Há os custos com ingressos e transportes, pois não são todos os municípios que contém espaços artísticos. Em razão disto, a arte continua sendo restrita aos que possuem maior poder aquisitivo e uma educação de qualidade. Além disso, o governo não incentiva o interesse dos cidadãos menos favorecidos, nem busca abaixar os custos. Uma vez que um povo que não tem acesso cultural, continua sendo manipulado e alienado. Portanto, a democratização à produção cultural é essencial ao progresso da inclusão social. Cabe ao Estado estimular o acesso aos bens artísticos, facilitando a locomoção até os locais, financiando ingressos e até escolhendo dias da semana para que a entrada seja gratuita. Deve contar com a participação da mídia, a fim de divulgar essas informações para que atinjam toda a população, através de anúncios em letreiros, programas de televisão e rádio. Além disso, as escolas devem incluir na grade escolar o ensino de Artes, promover projetos e feiras culturais com o objetivo de estimular os jovens a ter contato com a diversidade brasileira. Dessa forma, a falha será resolvida e a cultura será patrimônio de todos.