Título da redação:

Democratização ao acervo cultural brasileiro

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 22/07/2017

A divisão de classes não é algo recente, a oposição de uma cultura sobre a outra permeia toda a história ocidental, se estendendo,inclusive, até os dias atuais. Enquanto, de um lado está a cultura erudita, considerada por muito tempo como a forma mais correta de conhecimento, por outro, existe a cultura popular, consumida normalmente pela maior parte da população com renda mais baixa, se comparado com a alta burguesia dominante. Por outro lado, no Egito Antigo já era possível observar essa distinção, especialmente nos jogos, na qual somente jovens de classe alta podiam divertir em competições no rio Nilo com embarcações. No entanto, mesmo com a adoção de leis, e a criação do Ministério da Cultura em 1985, ainda existem discrepâncias no acesso cultural entre as classes sociais, que precisam ser combatidas. Em primeiro lugar, é essencial entender a diversidade étnica do Brasil. Em virtude das inúmeras migrações presentes no contexto histórico brasileiro, a miscigenação é um fator evidente, ao mesmo tempo em que os grupos sociais possuem suas próprias tradições e crenças, sendo necessário a valorização e democratização de todas elas. Ademais, para o filósofo alemão, Walter Benjamin, os meios de comunicação seriam o melhor modo de difundir a cultura, e consequentemente democratizá-la , entretanto, na prática essa teoria não é totalmente efetivada, pois, apesar do avanço da globalização, o acesso da internet no Brasil, por exemplo, não atinge todos de forma igualitária, prevalecendo o difícil acesso de cidadãos da periferia à cultura erudita. Além disso, com a indústria cultural, a cultura virou sinônimo de capital. Dessa forma, cinema, museus, teatros e principalmente livros, que deveriam servir como incentivadores para o conhecimento acadêmico ou lúdico, é acessado por poucos, uma vez que os preços altos e a barreira social são os principais obstáculos ao acesso cultural da população mais carente. Entretanto, apesar de existir atualmente no Brasil bibliotecas e museus totalmente gratuitos, um outro fator negativo é a quantidade insuficiente desses estabelecimentos, que normalmente se encontram em grandes metrópoles, impedindo que cidadãos do interior não conheçam muitos bens culturais. Dessa forma, fica claro que o processo de aproximação de toda população brasileira com a sua cultura está longe de acabar. Portanto, é de extrema importância que o Ministério da Cultura promova eventos que aproximem os cidadãos das diferentes manifestações culturais, além disso, a mídia, deve propagar os costumes de diferentes grupos desprivilegiados socialmente, por meio de telejornais e programas. Outrossim, iniciativas privadas podem incentivar e financiar o acesso de crianças, jovens e adultos necessitados aos livros e teatros. Só assim, será possível alcançar a linha de pensamento otimista de Walter Benjamin, onde o acesso à cultura e educação será igualitária para todos.