Título da redação:

Cultura: ilimitada e plural

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 17/08/2017

Após a Idades Média, a arte foi ressignificada e ganhou novos nuances com o advento do Renascimento Cultural. No entanto, desde essa manifestação artística do século XIV até os dias modernos, essa produção cultural como patrimônio da humanidade mostrou-se, paradoxalmente, como um meio de exclusão social; em que, na antiguidade, apenas os mecenas detinham o domínio sobre a arte, e, atualmente, somente uma pequena fatia da sociedade brasileira mantém contato com tais produções culturais. Assim sendo, é este um cenário passível de mudança para se chegar a uma sociedade brasileira que se pretende certamente democrática. À primeira análise, o acesso às formas de cultura é limitado por uma prática banal da sociedade: a intolerância inercial. Certamente, é sabido que o Brasil possui em sua base de constituição diversas culturas, que se manifestam de diferentes maneiras. Entretanto, essa diversidade culturalista propicia, por falta de sentimentos empáticos, um choque de coexistência cultural no país. Dessa forma, há a individualização da cultura, em que cada grupo defende a sua como superior e única e, em último estágio, não se permite interagir com outra manifestação que não seja a sua; buscando rapidamente a imposição da sua em detrimento às outras. Logo, o acesso que se pretende democrático, torna-se inercial em sociedades, como a brasileira. Além disso, é mister a ciência desta consequência devastadora gerada por esse impasse: a exclusão cultural. Decerto, em nenhuma época da história, as sociedades produziram tantos bens culturais com as de atualmente. Contudo, o que se percebe paradoxal a esse pretexto é que aproximadamente 70% da população brasileira nunca frequentara um espetáculo de dança, sendo esta uma projeção ancestral da cultura humana. Assim, sob essa ótica, os elevados custos para se ter acesso às industrias da cultura, como cinemas, livrarias, corroboram esse perverso e excludente fato social. À exemplo, um indivíduo menos abastado escolherá, por último, gastar o seu dinheiro com essa categoria de entretenimento, entendida por ele como “luxo”, o que deve ser combatido. Esse empecilho, portanto, é uma herança histórica-social e remota a tempos antigos, sendo naturalizado a limitação ao acesso à cultura e, por isso, necessita ser amenizado. Para tanto, o Ministério da Cultura, em parcerias com empresas do ramo artístico-cultural e da Receita Federal, deve ampliar o acesso do Vale-Cultura aos cidadãos para terem a possibilidade de prestigiar peças teatrais, produções do cinema e livros a fim de democratizar a aquisição da cultura. Ademais, à mídia televisiva, pelos canais abertos ao público, cabe disseminar bons artigos da cultura pop, músicas, séries, filmes com o objetivo de instigar o conhecimento às novas culturas pela população. Some-se a isso a ação da mídia propagandista que por meio de campanhas e cartilhas, propagará a empatia e tolerância visando o bem-estar social; assim, o Brasil viverá em estágio de plena democracia e acesso ilimitado às culturas.