Título da redação:

A democratização do acesso à cultura

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 12/06/2018

Em 1985, durante o governo de José Sarney, o Ministério da Cultura foi criado, um marco para conceder a liberdade de expressão e a difusão cultural. Entretanto, sua criação não consolidou de forma igualitária o acesso à cultura no Brasil, tendo, assim, uma desigualdade sociocultural. Nesse contexto, a falta de integração e acessibilidade, em conjunto à mercantilização cultural são os desafios para uma eficiente democratização. De acordo com dados da UNESCO, apenas 13% dos brasileiros vão ao cinema alguma vez no ano; mais de 92% nunca foram a um museu ou exposição de arte e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança. Além disso, mais de 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro, museus ou espaços culturais multiuso, 73% dos livros estão concentrados nas mãos de apenas 16% da população e apenas 54,9% das casas possuem acesso a internet. Certamente, hoje, o Brasil está inserido em um contexto de segregação cultural, ou seja, as regiões periféricas estão mais distantes dos museus e teatros. Nessa perspectiva, a falta de integração e acessibilidade impossibilita o acesso de grande parte da população. Isso deve-se, principalmente, ao não incremento dos subsídios aos municípios, de maneira a deixar as ferramentas culturais restritas aos grandes centros urbanos. Por conseguinte, esse processo de restrição tem como característica o elevado preço do acesso cultural, que criou uma separação nessa área, visto que a maioria da população não tem renda suficiente para sua inserção. Ademais, conforme elucida o filósofo Theodor Adorno, em sua teoria da “indústria cultural”, a arte passou a ser instrumento industrial com a finalidade lucrativa. Dessa forma, toda produção artística regional que não seja lucrativa, por exemplo, folclore, frevo e outras produções imateriais são esquecidas, o que causa desigualdade de acesso. Assim, as vertentes culturais brasileiras, que são inúmeras, são depreciadas em favor de uma cultura global, capitalista, submetida a obsolescência programada. Diante desses problemas, portanto, cabe ao Ministério da Cultura assegurar a ampliação de programas já existentes, como o vale-cultura, com o fito de garantir um acesso mais efetivo, pois a cultura é essencial para a cidadania. Outrossim, o Ministério da Educação, em conjunto com as escolas, deve promover a integração da cultura brasileira em âmbito escolar, por meio de palestras, seminários, projetos culturais e viagens aos lugares históricos, para que a cultura brasileira seja preservada, visto que ela é fundamental na consolidação histórica brasileira.