No romance realista “O Cortiço”de Aluísio Azevedo,a temática aborda a formação de uma vila, ocupada sistematicamente por indivíduos que estabelecem laços afetivos paralelo às condições precárias de infraestrutura. Ademais,a alusão literária infere que a falta de uma política habitacional,assim como a segregação de classes,são fatores diretamente relacionados à moradia e as ocupações de áreas abandonadas. O defict habitacional,relatado pelo Governo,não condiz com a grande parcela de prédios e casas construídas.A Constituição brasileira rege como princípio o direito à moradia a todos os cidadãos,contudo,apenas estruturar projetos,sem garantir uma política urbana,não cumpre o papel do Estado no dever de estabelecer o bem estar da população.O problema infere, principalmente, indivíduos cuja renda per capita seja inferior a um salário mínimo,envolvendo questões como:bairros com alto índice de violência,postos de saúde,escola e outros serviços distantes para o atendimento da população. Dessa forma,muitas famílias ocupam,nos centros das grandes metrópoles, prédios abandonados como medida facilitadora de mobilidade e custo. Outrossim,a retirada de famílias para construção de loteamentos habitacionais, por exemplo,ao invés de beneficiar àquelas que residiam no local,são vendidas à classe alta que aluga as mesmas à população com renda inferior,que sem condições de pagar pela habitação,acaba sendo obrigada ocupar locais irregulares. De acordo com o sociólogo Durkheim e seu “fato social”,a segregação de classes perpetua sobre as gerações,e faz as pessoas crerem que estão fadadas à exclusão. Destarte, deve haver por parte do Estado o planejamento que envolva o encadeamento das políticas: habitação,urbana e da terra. O planejamento consistiria na construção de bairros arquitetados a atender as necessidades da população residente,como saúde e alimentação,estabelecendo sua manutenção através de subsídios.Dessa forma,teríamos o desenvolvimento de uma sociedade habitada,e não alojada,como no romance de Azevedo.