Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Moradia social: a questão da ocupação x habitação

Redação enviada em 15/10/2018

“Quando o dia clareou as crianças catavam dinheiro na rua e no capinzal. Teve criança que catou vinte cruzeiros em moeda. E sorria exibindo o dinheiro.”. Esse trecho descreve uma das realidades dos favelados trazido no livro de Maria Carolina de Jesus e remete a uma atual conjuntura social que preocupa. Diante disso, à medida que as cidades crescem, a população mais carente é obrigada a cortar custos e muitas vezes se submeterem à péssimas condições de vida. Segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos adotada pela Organização da Nações Unidas o direito a habitação é inerente a todo e qualquer cidadão. Entretanto, no Brasil, esse direito é esquecido ao assumir interesses econômicos sobre determinada propriedade. Por isso é visto cada vez mais morados de rua e favelados sob condições desumanas de saúde, alimentação e moradia. Passando despercebidos sob os olhos, as pessoas nessa situação enfrentam diariamente uma realidade de sofrimento e exclusão. Acordar e não ter o que dar de comer para seus filhos passou a fazer parte da rotina de Carolina de Jesus, uma mãe que se vê cercada pela pobreza e tem como sustento a catação de lixo. É assim que 140 mil famílias enfrentam a realidade da falta de moradia ou má habitação na cidade do Rio de Janeiro. Aumentando, dessa forma, os índices de criminalidade e violência na região. Mas também, com o atual regime burocrático, torna-se ainda mais difícil o acesso a um lar digno por essas pessoas, caracterizando-se o caos em que se encontra o mercado imobiliário na Cidade Maravilhosa. Portanto, é preciso rever as leis de acesso a habitação vigentes e desburocratizar os processos que envolvem imóveis sem uso, para haver a realocação dos sem teto mais rapidamente. Bem como é necessário o envolvimento de toda a sociedade nessa causa que ultrapassa os limites da Constituição, por meio de iniciativas socializantes, como práticas de reuso – de peças de roupas e eletrodomésticos –, assistência médica e educação. E, com isso, desastres como o do dia primeiro de Maio em São Paulo não sejam mais necessários para que se tome uma atitude conveniente.