De acordo com a Constituição Federal de 1988, é dever do estado assegurar tanto a dignidade da pessoa humana como também o acesso à moradia. Entretanto, os crescentes casos de ocupação de imóveis e propriedades contrariam as premissas constitucionais. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes : o déficit habitacional e o alteado número de famílias que vivem nas ruas. Mesmo que pequenos, estes problemas sociais, tais como o déficit de habitações, são a amostra da falta de cooperativismo na sociedade atual. Sob essa conjectura, tal problema traz um enorme desequilíbrio relacionado à sociabilidade de moradores em condições degradantes. Com isso, a sociedade torna-se cada vez mais individualista, fazendo da hipocrisia um mero fato social, visto que se tornou comum naturalizar pessoas vivendo nas ruas ou em condições insalubres.A vista de tal preceito, cabe a titulo de ilustração o acidente ocorrido ainda neste ano, no edifício Wilton Paes, onde centenas de moradores ficaram desalojados após o ocorrido. Concomitantemente a essa realidade social, quando a Declaração Universal de Direitos Humanos fundamenta como direito universal a moradia para todas as pessoas, torna-se evidente a importância de se obter um espaço adequado para habitação. No entanto, o pensamento individualista do Brasil impossibilita o debate sobre o preparo de terrenos e prédios inativos em prol daqueles que não possuem uma moradia. Ademais, a avaliação generalista do Estado dificulta a melhoria das condições em que se encontram os moradores de rua, pois ainda que estejam em circunstâncias semelhantes, possuem motivos distintos para viverem em tal situação. Portanto, para que os ideais de uma sociedade coesa não sejam apenas uma preposição teórica, mas uma medida concreta é necessária maior intervenção do Estado. O governo deve criar e intensificar programas como o “Minha casa minha vida”, que ajudem e facilitem a aquisição de um lar digno a essas pessoas, a fim de cessar com a falta e com a precária moradia. Espera-se com isso alcançar um país mais igualitário que proporcione cada vez mais dignidade a seus habitantes. ​