No início do século XX, o presidente Rodrigues Alves buscou urbanizar o Rio de Janeiro retirando inúmeras casas populares do centro da cidade, de modo que milhares de famílias foram obrigadas a ocupar a periferia. Essa atitude reflete-se, atualmente, não apenas no Rio de Janeiro como em todos os estados, em que a população pobre se aloja em habitações precárias e afastadas. Contemporaneamente, as causas dessa infeliz situação são a crise econômica e a falta de apoio político gerando sofrimento a inúmeros brasileiros. O sistema capitalista defende que cada indivíduo deve trabalhar para alcançar e acumular bens materiais. Contudo, em momentos de recessão econômica, no qual o desemprego atinge grande parte da população, as pessoas simplesmente não conseguem pagar o aluguel ou o IPTU de seu imóvel. Nesse caso, as alternativas encontradas são a construção de casebres provisórios nos contornos da cidade, ocupação de prédios abandonados ou, em casos mais dramáticos, ir morar na rua. Essas ocorrências demonstram o quanto a completa dependência na economia pode fragilizar os brasileiros. É nesse sentido que a falta de empenho político torna-se clara. Isso porque há muitas áreas que podem ser aproveitadas para a construção de casas às pessoas de baixa renda. Apesar do programa “Minha casa, minha vida”, muito ainda precisa ser feito para tirar milhões dessa terrível situação. E, mesmo se tal política for ampliada pelos governantes, eles estarão apenas cumprindo o que preconiza a Constituição sobre o direito à moradia digna. Desta forma, percebe-se que os governantes pouco estão fazendo para garantir esse direito. A consequência é o sofrimento pela falta de conforto e segurança. Haja vista que saneamento básico e policiamento inexistem para essas pessoas. Além disso, se não possuem lugar para morar pela precária condição financeira, a falta de acesso à alimentação, higiene e educação são problemas que também os afeta. Tal fato demonstra a urgente necessidade de mudar esse quadro. Para isso ocorrer é necessário o trabalho conjunto do Ministério do Trabalho com as prefeituras. O primeiro deverá facilitar a liberação de linhas de crédito para aumentar a abertura de empresas, isso estimulará o comércio e gerará mais empregos. O segundo deverá solicitar ao Ministério da Fazenda arrecadações para construir novas moradias e disponibilizá-las àqueles que realmente são necessitados, como os cadastrados no programa Bolsa Família. Tais atitudes são imprescindíveis para concertar os erros do passado.