Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Moradia social: a questão da ocupação x habitação

Redação enviada em 27/08/2018

Em uma de suas maiores obras naturalistas, Aluísio Azevedo narra a vida em um cortiço. No local, acumulavam-se pessoas que sustentavam a base social da cidade - lavadeiras, pedreiros e prostitutas. Análoga à essa situação há o edifício Wilton Paes de Almeida, que em maio desse ano sofreu com um incêndio, deixando centenas de desabrigados. Tristemente, esses eventos, frutos do descaso do Estado e da desigualdade social, se repetem de forma cíclica, fazendo com que os que desocupem um lugar irregular ocupe outro de mesmo estado. Ao habitar irregularmente um imóvel, o indivíduo fica exposto a um meio de coabitação sem regularização jurídica ou civil, além de exclui-lo do direito de possuir um comprovante de residência. Sob outro viés, o ser que vai morar às ruas, além de ser excluído do convívio social e de oportunidades de trabalho e estudo, fica em contato a todo tipo de violência urbana, arriscando sua vida. Dessa forma, a desigualdade social é um forte agravante, pois divide a população em dois polos - os que podem pagar por um lar, e os que não podem. Os últimos, muitas vezes desamparados por familiares e pelo Estado, acabam esvaindo-se às margens da sociedade, ocupando lugares privados ou permanecendo nas ruas. Sobretudo, a burocracia dificulta a distribuição de moradias para os que precisam. Vemos, assim, que a falta de moradia alavanca a pobreza, privando o cidadão do direito mínimo de possuir um lar. Portanto, para suprimir esse problema, cabe ao governo federal junto ao Ministério do Desenvolvimento Social a criação de políticas públicas que amparem pessoas em situação de risco, de forma que a elas sejam oferecidas oportunidades de ascensão social, assim como inseri-las em programas governamentais que oferecem lares em conjuntos habitacionais. Ainda assim, ao Congresso há a responsabilidade de implantar ações mais severas que façam a entrega de prédios públicos mais rápidas e menos burocráticas. Para que enfim, dessa forma, histórias como o Cortiço permaneçam apenas em livros naturalistas, e não em meios de convívio do século XXI.