No mundo globalizado, tudo o que se faz - ou deixa de fazer - tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando toda a sociedade. Zygmunt Bauman, em seu livro Modernidade Líquida, denota a relevância do engajamento dos diversos setores para mitigar as mazelas do mundo moderno. Assim, cabe discutir a importância da questão da ocupação irregular e como amenizar tal problemática. Em uma primeira análise, a carência de plano diretor bem estruturado nas cidades furta aos residentes (com menos recursos) o direito à saneamento, luz e água, uma vez que os principais centros urbanos não conseguem comporta a alta densidade populacional da região. Com isso, milhares de brasileiro tem os seus direitos mais básicos violados. Nesse viés, as ações sociais da ONG "Teto" - projeto social responsável por construir e reformar casas sem imputar custos aos residentes - ajudam não só na reconstrução da dignidade da pessoa humana mas também na formação de um país mais justo e igualitário conforme delibera a Constituição federal de 1988. A ocupação irregular, ademais, de imóveis abandonados acaba sendo, infelizmente, a única alternativa encontrada, por pessoas desalojadas, para fugir da violência, do frio, das ruas. Diante disso, é fundamental que os processos de reinserção dessas famílias a um ambiente sadio, a qual lhes permita viver e desenvolver-se. Entende-se, então, que há reutilização, por parte do Estado, de imóveis abandonadas em moradias é de suma importância para dirimir o deficit habitacional brasileiro. Pode-se inferir, por conseguinte, a imprescindibilidade de suavizar o deficit habitacional. Competindo, desse modo, ao governo federal, em parceria com o Ministério das Cidades, por meio de emenda parlamentar, a reuso de imóveis abandonados, públicos e privados, em moradias acessíveis. Transformando, destarte, as ocupações irregulares em moradias regulares e dignas com o fito de dirimir essa problemática do mundo moderno.