Funcionando como a Lei da Inércia, descrita por Isaac Newton, a qual afirma: “um corpo tende a permanecer em seu movimento até que uma força suficientemente forte atue sobre ele e mude o respectivo percurso”. Nessa conjuntura, o déficit de habitações no Brasil é um infortúnio persistente. Com isso, ao invés de funcionar como a força suficientemente capaz de alterar o rumo desse problema, fatores governamentais acabam contribuindo com a situação atual na sociedade tupiniquim. Uma hodierna pesquisa publicada pela FGV revelou que há uma carência habitacional de aproximadamente 7,7 milhões de moradias só no Brasil. A mesma pesquisa também divulgou que a maior parte dessa deficiência foi provocada pelo aumento do ônus do aluguel, que em 10 anos, aumentou quase 70%. Em vista disso, fica evidente que as famílias tiveram a renda ainda mais comprometida pela crise econômica que assolou o país recentemente. Desse modo, o ônus excessivo do aluguel é um problema urbano. Consoante a isso, o Instituto Brasileiro de Economia alegou que o número de habitações construídas até hoje pelo programa Minha Casa, Minha Vida pouco atingiu esse grupo carente nas regiões urbanas. Nesse contexto, a redução do déficit habitacional não está acontecendo porque não há uma interlocução suficiente entre as três esferas do Governo (Federal, Estadual e Municipal) e empresas de crédito. Dessa forma, tergiversar diante das circunstâncias apresentadas é inaceitável. Dessarte, o Governo Federal em sinergia com os Governos Estaduais, devem cooperar com as prefeituras municipais para reduzir esse déficit. Para isso, é fulcral incentivar parcerias público-privadas, pois são elas que voltarão a dar esperança às famílias desabrigadas. Decerto, a colaboração efetiva entre governos e prefeituras funcionará como a força delineada por Newton e mudará o itinerário desse problema que aflige o país, da persistência para a extinção.