Adotada pelas Nações Unidas desde 1948, a Declaração Universal dos Direitos humanos visa garantir a base do respeito à dignidade humana. No Brasil, no entanto, tais garantias, muitas vezes, não são verificadas. O problema da mobilidade urbana, por exemplo, vem aumentando as desigualdades entre os diversos nichos de trabalhadores nas cidades. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas, consequências e possível medida interventiva. Em primeiro lugar, ao analisarmos alguns fatores, chega-se à conclusão de que o Brasil figura como um país refém da industria automobilística, mas não das construtoras de rodovias. O que revela um cenário catastrófico e levou a população brasileira, aos longo dos anos, à elevados níveis de acidentes nas estradas, envolvendo, inclusive, pedestres. Diante disso, o indivíduo "bombardeado" de propagandas que enaltecem a melhoria de vida daquele que adquire o automóvel e a facilidade na hora da compra, é impulsionado pelo desejo de falsas propagandas. O desejo pelo carro próprio e a ilusão das melhores condições no trânsito desaparecem logo nas primeiras experiências. Em alguns casos, como em São Paulo, o que se enxerga ao dirigir são ruas são quilômetros de engarrafamentos e horas perdidas. O paulistano gasta em média 2h30min se deslocando de casa ao trabalho. Não há um plano de integração entre os modais para aquele que possa pensar em transportes alternativos, como bicicletas. Além disso, dados divulgados por elementos midiáticos mostram que quem opta por carros mora mais perto do trabalho, em oposição àquele que opta por transportes públicos. Infelizmente, essa dramática realidade não vem sendo alterada no Brasil. Dessa maneira, deve-se entender, portanto, que a acessibilidade é a infraestrutura, mobilidade é o que resulta. Logo, a democratização do acesso aos serviços urbanos e a melhoria da cidade deve ser visto pelo governo como um assunto importante e prioritário. Ao promover a reversão da matriz modal dos deslocamentos por meio de palestras gratuitas, principalmente em áreas carentes de projetos como esses, que ajudam a população a entender a importância do uso do transporte coletivo e garantir um futuro onde o direito de ir e vir seja garantido a todos.