"Governar é abrir estradas". Durante o governo J.K., essa frase significou progresso e desenvolvimento. Todavia, dado o processo de urbanização nacional ao longo dos anos e o crescimento populacional, a grande demanda por automóveis tornou-se preocupante no país, sendo precursora da problemática da imobilidade urbana. É indubitável que todo cidadão, ao adquirir um veículo automobilístico, busca conforto, praticidade e agilidade no seu dia a dia, Entretanto, com a flexibilização do mercado e a precariedade do transporte público, o número de veículos particulares nas rodovias do país tem crescido exponencialmente, o que gera um grande inchaço nos grandes centros urbanos, como, por exemplo, São Paulo, a qual em um dia comum, chega a registrar mais de 400 quilômetros de congestionamento, o que contradiz o objetivo de se ter conforto e agilidade no trânsito. Além disso, o impacto sócioambiental que a falta de mobilidade urbana pode gerar é sem precedentes; dentre as consequências deste, pode-se destacar o agravamento na formação de ilhas de calor e o aumento da poluição do ar, acarretando, ainda, estresse - devido ao trânsito caótico - e problemas de saúde em geral, fatores que inferiorizam a qualidade de vida nos centros urbanos. De acordo com a Maiêutica socrática, é através de questionamentos que surgem ideias, ou seja, faz-se necessária a discussão sobre mobilidade urbana, para que se alcance, ainda que a longo prazo, uma forma de minimizar seus efeitos, garantindo o direito à cidade a todos os indivíduos. Fica evidente, portanto, que as autoridades governamentais e políticas têm seu papel fundamental na formação de medidas que atuem contra a problemática. A criação de rodovias alternativas e ciclovias, melhoramento da sinalização e investimento em transporte público, com diminuição da tarifa e criação de novas linhas de metrô e ônibus são apenas algumas ações a serem realizadas. Feito isso, é necessária a conscientização da população através da mídia, para que possa ver no transporte público e nas ciclovias uma alternativa, a fim de que haja melhoria na locomoção pública, ponderada com a mobilidade urbana.