Título da redação:

Mover para crescer

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 11/07/2016

Desde a formação do Estado nacional, o Brasil passou por um processo de urbanização anômala que resultou em uma crise estrutural e um sistema de transporte obsoleto. Em 1958, o então presidente JK investiu veementemente - sobretudo em seu Plano de Metas - no transporte rodoviário, objetivando atender a grande demanda migratória vinda de outros estados. Entretanto, em um país de dimensões continentais, o modelo adotado gerou a rápida saturação da mobilidade urbana. Logo, é notório que o atual posicionamento governamental e a falta de planejamento do Estado são os principais fatores para a persistência da problemática. Em primeiro momento, é indubitável afirmar que o descaso governamental esteja intrinsecamente ligado ao problema urbano. O reflexo dessa despreocupação do governo fica claro no cotidiano de qualquer trabalhador brasileiro, no qual um grande número de veículos circulam nas grandes metrópoles causando lentidão no trânsito, possíveis acidentes e conflitos que tornaram-se cabais. Deste modo, a gênese da dificuldade de locomoção nos centros urbanos se encontra nas medidas estatais, as quais não atuam em prol da melhor vivência do cidadão, mas sim, do próprio governante. Outrossim, a falta de um projeto previamente elaborado contribui, certamente, para a desordem no meio urbano. De acordo com a diretora de Regulação e Gestão da Secretaria Nacional de transportes, a mobilidade envolve uma série de aspectos do planejamento das cidades. Anacronicamente, o Estado fornece ao cidadão uma sinalização deficiente, obras falhas e rodovias claramente mal estruturadas. Portanto, sem a solução desses problemas, é possível que a cidade obtenha uma grande quantidade de alagamentos, provocados pelo assoreamento dos rios com estradas, um menor regulamento fiscal e uma consequente insatisfação do povo brasileiro. Entende-se, portanto, que o cidadão, reconhecendo-se como protagonista político-social, deve pressionar as instâncias legislativas e jurídicas para melhor fiscalização do capital investido em obras e estruturação da cidade, para não ocorrer o desvio destinado a essas atividades. Analogamente, baseado na perspectiva Hobbesiana, o Estado - como autoridade suprema - deve atender as exigências de seus governados com melhorias nas rodovias, na fiscalização e nas corporações municipais e interestaduais. Deste modo, será possível obter-se uma cidade bem estruturada e justa ao cidadão.