Título da redação:

Mobilidade urbana sustentável: desafios e empecilhos

Proposta: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 15/05/2016

No poema “Stop” – “O mundo parou / ou foi o automóvel?” –, Drummond define a situação das capitais brasileiras. A mobilidade urbana é conceituada como o deslocamento da população no espaço geográfico das cidades – sendo pelo uso de veículos automotores ou não. No Brasil, a formação de um sistema de locomoção dependente dos carros foi acentuada no Governo JK, o qual incentivou empresas automobilísticas a aqui se instalarem através da implantação precipitada de vias rodoviárias. Nesse contexto, a ausência de um planejamento acarretou em diversos impactos negativos, presenciados pelo corpo cidadão rotineiramente. Infere-se, nesse âmbito, que a causa do transtorno urbano generalizado é, primordialmente, o grande número de carros que circulam pelas avenidas centrais dos polos metropolitanos. Ainda que haja medidas para atenuar o congestionamento – como o rodízio de veículos no Estado de São Paulo –, essas são insuficientes para melhorar o sistema de locomoção urbano. Assim, é possível especular dois fatores os quais a população, mesmo com o empecilho apresentado, opta por trafegar com o carro: não há uma diversidade no transporte coletivo – limitado, na maioria das capitais brasileiras, ao ônibus – e, além disso, este é demasiadamente precário para atender a grande parcela da população. Incessantemente, em decorrência da mobilidade lenta, ascende gradativamente o número de motoristas imprudentes. Segundo dados do seguro obrigatório DPVAT, o Brasil está entre os 50 países onde mais se morre no trânsito, sendo cerca 50 mil vítimas por ano. Ademais, o advento das “ilhas de calor” – fenômeno de elevação da temperatura média dos centros urbanos que se dá, sobretudo, pela ausência de um projeto de arborização e pelo número grande de veículos circulando – é outro aspecto negativo presenciado pelos cidadãos. Assim como na Química, no trânsito também é necessário balancear os produtos e reagentes, de forma que o sistema seja equilibrado. Destarte, medidas são imprescindíveis para resolver o impasse. Por intermédio do investimento no modal metroviário e na reforma das frotas de ônibus, ampliando as rotas e aperfeiçoando a qualidade – como a introdução do condicionador de ar –, o Estado deve reformular a estrutura de locomoção urbana a fim de dinamizar a mobilidade pelos centros e periferias. Outrossim, a Gestão deve elaborar campanhas midiáticas para conscientizar os motoristas a serem prudentes no trânsito. Por fim, através da introdução de áreas verdes para atenuar o calor severo, o mundo vai parar, não por causa do automóvel, mas para admirar a fluência dessa cidade nacional rejuvenescida.